O sumiço de jacarés albinos
A Polícia Federal de Mato Grosso investiga o sumiço de sete jacarés albinos do zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Segundo informações do biólogo Itamar Assumpção, responsável pelo local, cada um dos animais está avaliado em R$ 17 mil.
O desaparecimento foi percebido na manhã desta quarta-feira (2), quando um tratador do zoológico foi alimentar os jacarés. “A administração do zoológico não soube nos informar exatamente quando os jacarés sumiram do local. As investigações estão em um estágio bem preliminar”, disse a delegada Ana Flávia Alves de Melo, responsável pelo caso.
Segundo informações da administração do zoológico, os animais foram vistos pela última vez no dia 31 de dezembro, quando um funcionário deu comida aos jacarés.
Uma equipe de peritos da PF esteve no local onde estavam os jacarés. “As primeiras informações são de que não há sinais de arrombamento”, disse Ana Flávia.
Raridade
Para a delegada, o fato de os animais serem raros podem dificultar as investigações. “Da mesma maneira que o número de possíveis receptadores dos jacarés se torna reduzido, a apuração do caso pode ser complicada porque pode se tratar de um circulo de pessoas muito fechado.”
Por se tratar de uma espécie extremamente rara, a polícia acredita que os animais poderão ser vendidos no exterior ou para grandes contrabandistas de animais no Brasil.
Ao todo, o zoológico tem 800 animais, de 79 espécies, que habitam os 11 hectares do parque. Atualmente em Mato Grosso mais de 50 espécies de animais estão na lista de ameaçadas de extinção.
Apenas um jacaré
Os jacarés roubados são considerados jovens e têm idade média de 2 anos. Agora, com o roubo dos sete jacarés, no local resta apenas um animal com 100% de albinismo e outros 43 mestiços.
O zoológico da UFMT é o único do Brasil dentro de uma universidade pública a reproduzir jacarés albinos em cativeiro. A primeira ninhada de jacarés nasceu em 5 de abril de 2005. Os animais são remanescentes de um antigo criadouro na região de Limpo Grande, município de Várzea Grande.
Segundo Assumpção, a espécie é encontrada no Pantanal de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e nos estados do Maranhão e Piauí.