Obras de arte apreendidas durante operação Lava Jato vão para o Museu Oscar Niemeyer

20 de maio de 2014 14:58

As obras de arte apreendidas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, ficarão sob a guarda do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. As telas foram recebidas nessa sexta-feira (16) pelo secretário estadual da Cultura, Paulino Viapiana, e à diretora do museu, Estela Sandrini. A entrega foi feita pelo Superintendente Regional da Polícia Federal, Rosalvo Ferreira, e pelos delegados Marcio Adriano Anselmo (coordenador da operação), e Igor Romário de Paula (de combate ao crime organizado).

No total, são 16 obras de importantes artistas, a maioria brasileiros. Na coleção estão telas de Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Aldemir Martins, Cícero Dias (02), Orlando Teruz (03), Claudio Tozzi, David Cymrot, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Mario Gruber e Tony Koegl. Há também um Renoir, cuja autenticidade precisa ser confirmada por um perito.

A pedido da Polícia Federal, uma equipe da Secretaria da Cultura fez a avaliação preliminar quando as obras foram apreendidas. Além do laudo técnico, o parecer emitido pelos membros da equipe técnica da Coordenadoria do Sistema Estadual dos Museus (Cosem) recomendou que o conjunto das pinturas fosse transferido com a maior brevidade possível para um local apropriado, para que as obras tivessem garantidas as condições necessárias à sua correta conservação e armazenagem.

"Colocamos a reserva técnica do MON à disposição, pois o museu possui condições de salvaguarda deste patrimônio de grande valor artístico até que a justiça determine o destino das obras", destacou Paulino Viapiana, secretário da Cultura.

Segundo a diretora artística do MON, Estela Sandrini, receber as obras apreendidas é um reconhecimento do trabalho realizado pelo Museu Oscar Niemeyer. "Contamos com profissionais, com preparo técnico adequado, para conduzir este trabalho de conservação e para efetuar as pesquisas necessárias para a verificação de autenticidade e procedência das obras. Esperamos em breve poder exibir esta coleção ao público", diz a diretora.

De acordo com o coordenador da operação Lava Jato, delegado Márcio Adriano Anselmo, as obras foram apreendidas em residências e escritórios de membros presos na operação. "A vinda das pinturas para o MON é muito importante, pois estarão em um lugar adequado e seguro."

O delegado afirmou também que não há impedimentos para que as pinturas sejam expostas no museu durante o período em que permanecerem sob a guarda do espaço. Porém, antes serem expostas ao público, as obras deverão passar por uma quarentena, com o objetivo de avaliar se há agentes como cupins e fungos, que podem por em risco outras obras do acervo. Após este período, as pinturas passarão pelo processo de higienização e conservação para então serem acondicionadas na reserva técnica.