Operação Ararath
A Polícia Federal deflagrou a Operação Ararath para apurar um esquema de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção com fins político-partidários envolvendo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Estado do Mato Grosso. Pelo menos 59 pessoas, entre físicas e jurídicas, estão sendo investigadas. As transações financeiras realizadas dentro do esquema – estimadas em cerca de R$ 500 milhões – teriam servido para os mais diversos fins, como financiamento de campanhas, pagamento de dívidas, compra de sentenças no Poder Judiciário e até de cadeiras no Tribunal de Contas do Estado (TCE). As operações teriam iniciado em 2008, durante o governo do atual senador Blairo Maggi – também citado
na investigação – e teriam se prolongado no atual governo de Silval Barbosa, ex-vice de Maggi. Também foi identificada a participação de magistrado, promotores de Justiça e integrante de tribunais de contas. O inquérito policial afirma que as empresas de fachada operavam de acordo com instruções do ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo, da Fazenda e da Casa Civil no Mato Grosso, Eder de Moraes. “Eder Moraes Dias, agindo em seu interesse e no interesse de pessoas do alto escalão do Estado, utilizou-se do esquema
de operação ilegal de instituição financeira posto em prática por Gércio Marcelino Mendonça Júnior”, escreveu em relatório policial o delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho. O principal delator do esquema à PF é o empresário Gércio Mendonça Júnior: operador financeiro da estrutura chamada de “sistema” por Éder. Investigado pela prática de agiotagem e lavagem de dinheiro, Júnior aceitou acordo para delação premiada e seus depoimentos embasaram parte significativa das ações da Polícia Federal.