Operação Castor
A PF também pediu licença para investigar o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) por quebra de sigilo de informações da hidrelétrica de Itaipu.
A PF fez o pedido de abertura de inquérito em 2006, ao final da primeira etapa da Operação Castores, que investigou fraudes redução de multas aplicadas em empresas contratadas por estatais do setor elétrico. “Deve ser apurado em inquérito policial independente material apreendido na residência de José Roberto Paquier, onde se denota suposta contabilidade da quadrilha”, diz a PF . O pedido é endereçado ao STF porque Raupp tem foro privilegiado.
Uma das bases do pedido de investigação especial está numa folha de agenda apreendida na casa de Paquier, no Lago Norte, em Brasília, em maio de 2006. No documento, segundo o relatório, estão os nomes de Raupp, Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, e de outros altos funcionários da Eletronorte, associados a cifras de até R$300 mil. No verso da folha, aparecem os nomes da Alstom e da empreiteira Norberto Odebrecht.
A Alstom está sob investigação na Suíça por suposto pagamento de propina a funcionários públicos em países da América Latina. Com base em escutas telefônicas e outros papéis apreendidos na Operação Castor, a PF suspeita que os valores anotados por Paquier seriam referentes à partilha de suposta propina oferecida pela Alstom. Paquier, então um dos principais assessores de Raupp, teria usado de um esquema de influência política junto a diretores da Eletronorte indicados por seu chefe para liberar pagamentos da estatal a Alstom.
Em entrevista ao GLOBO na segunda-feira, Raupp negou qualquer envolvimento com o suposto esquema.