Operação Colheita
Trata-se de uma região com cerca de 800 quilômetros quadrados, formada em grande parte por ilhas do Rio São Francisco numa extensão em que se situam 13 municípios do sertão pernambucano.
Nos 10 dias de operação foram destruídas 295 plantações, cerca de 500 mil pés de maconha, reduzindo em 200 toneladas a quantidade da droga que deixou de chegar ao mercado consumidor nos grandes centros do país, inclusive o Rio.
A maconha destruída representa também significativo baque no bolso de produtores e traficantes: em centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo o quilo de maconha chega ao mercado varejista a preços que variam entre R$500 a R$600, o que significa rombo superior a R$ 100 milhões a toda cadeia do tráfico.
Números da operação
Nesse período de dez dias os policiais inutilizaram 137.752 covas que estavam preparadas para o plantio, 622.905 mudas prontas e 552 sementeiras. Também apreenderam 122 quilos e instauraram 74 inquéritos policiais. No mesmo período quatro pessoas foram presas em flagrante por tráfico. Apesar do impacto nas finanças dos plantadores, o resultado ficou bem abaixo do estrago inicialmente previsto: as projeções indicavam a destruição de 1 milhão de pés de maconha.
A Operação Colheita envolveu 90 policiais federais, além de soldados do Exército, policiais estaduais e rodoviários federais para uma atuação conjunta em quatro municípios onde os levantamentos por satélite e dados coletados pelo setor de inteligência apontavam a existência de maiores áreas plantadas.
Produtor histórico
Durante os dez dias, o aparato policial percorreu as áreas rurais de Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó, Belém do São Francisco e Orocó. O balanço oficial da operação será feito hoje em Salgueiro, em ato que contará com a presença do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
O sertão pernambucano é historicamente a maior região produtora de maconha do Brasil, alvo freqüente de operações federais destinadas à erradicação da droga, tarefa até hoje não alcançada.
Em algumas áreas próximas ao Rio São Francisco, até há pouco tempo, era comum os plantadores se aproveitarem de sistemas de irrigação bancados por programas federais de incentivos à agricultura para produzir maconha. A distribuição da droga, segundo a polícia, é um fator que contribui para elevar os índices de violência.