Operação da Polícia Federal investiga desvio de recursos repassados à UFV
A Polícia Federal realiza, nesta quarta-feira (20), em Viçosa, uma operação para apurar a suspeita de que servidores públicos desviaram recursos custeados pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) da União repassados à Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Nesta manhã, no campus e em casas dos suspeitos, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal de Viçosa. De acordo com a Polícia Federal, a universidade colaborou com as investigações. O G1 enviou uma nota solicitando posicionamento sobre o caso e aguarda retorno da instituição.
Ainda conforme a PF, os levantamentos começaram em junho deste ano. De acordo com o delegado Ronaldo Guilherme Campos, as investigações da operação "Recanto das Cigarras" apuram o desvio de alimentos e dos produtos de higiene das prateleiras do estoque da UFV e se ocorria problemas antes da aquisição dos produtos. Ainda não é possível elencar qual tipo de problema porque a investigação está em andamento.
Ainda segundo o delegado, a suspeita é de que o grupo agia há mais de dez anos, causando um prejuízo estimado de R$ 2 milhões por ano, de acordo com cálculos da UFV feito a partir de planilhas de estoque no setor administrativo.
O delegado disse ainda que os dois suspeitos que foram presos controlavam ou manipulavam os alimentos. Um deles era responsável pelo estoque e o motorista que transportava dos produtos dos estoques ate o restaurante universitário. Os nomes dos detidos não foram divulgados.
Ronaldo Guilherme Campos também confirmou que houve apreensões de produtos nas casas de funcionários, mas não foi repassado o balanço final destas apreensões.
Todos os suspeitos foram conduzidos à base de operações da Polícia Federal, instalada na UFV, onde serão interrogados.
Além do afastamento compulsório das atividades funcionais e da restrição de acesso à universidade, os investigados podem responder por peculato e associação criminosa, cujas penas cominadas são de reclusão de 2 anos a 12 anos e de 1 anos a 3 anos, respectivamente, sem prejuízo de futura responsabilização disciplinar e por improbidade administrativa.
A operação mobilizou 70 policiais federais com apoio de equipes de Divinópolis, Varginha, Juiz de Fora e Belo Horizonte e é resultado de operação do Núcleo de Repressão a Crimes de Desvio de Recursos Públicos da Polícia Federal. O nome da operação faz referência a um espaço que existe no campus da UFV e também à fábula da cigarra e da formiga.
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