Operação Persona
“O mercado reagiu bem”, disse o executivo, em sua primeira entrevista coletiva desde que, em outubro do ano passado, a PF prendeu 20 pessoas, sob a acusação de terem causado um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em sonegação de impostos.
“Existe um processo em andamento, que corre sob segredo de Justiça”, explicou Ripper, sem comentar a situação atual do caso. O executivo chegou a ser preso em outubro, passando cinco dias na carceragem da Polinter, no Rio de Janeiro. Ripper falou pouco sobre a Operação Persona e saiu assim que a coletiva terminou, afirmando que estava atrasado para outros compromissos.
Ele afirmou que, no primeiro semestre fiscal, encerrado em janeiro, o faturamento da subsidiária brasileira teve um crescimento duas vezes maior que o da corporação e ficou 10% acima da meta. A Cisco fabrica equipamentos para redes de comunicação de dados.
A operação da PF teve como foco a Cisco e a sua principal distribuidora, a Mude. Ripper assumiu a direção da subsidiária logo depois de ser liberado pela polícia. Carlos Roberto Carnevali, ex-vice-presidente da Cisco para a América Latina, também preso durante a operação, foi demitido pela empresa. Carnevali trouxe a Cisco para o Brasil, em 1994.
Banda larga
A empresa divulgou ontem o estudo Barômetro Cisco da Banda Larga, que apontou um crescimento de 30,5% das conexões de internet rápida no País em 2007, chegando a 7,493 milhões. A banda larga móvel, oferecida pelas operadoras celulares, chegou a 602 mil assinantes. O Barômetro, elaborado pela consultoria IDC sob encomenda da Cisco, começou a medir o mercado móvel no ano passado. Somando os assinantes fixos e móveis, o País chegou a 8,1 milhões de conexões.
“A banda larga móvel de certa forma está compensando a desaceleração da fixa”, disse Roberto Gutierrez, diretor da IDC Brasil. No final de 2005 e em 2006, houve uma forte competição entre as empresas de TV a cabo e as operadoras de telecomunicações pelo mercado de banda larga. No segundo semestre do ano passado, o mercado começou a dar sinais de que essa competição havia chegado ao limite. Os preços do serviço quase não variaram.
No começo de 2007, a IDC havia previsto crescimento de 30% no ano, e acertou. Para este ano, a consultoria preferiu não fazer projeções. “O crescimento vai depender da dinâmica competitiva da mobilidade”, explicou Gutierrez. As operadoras de telefonia celular compraram licenças de terceira geração, que permite banda larga móvel, e vão lançar seus serviços de forma mais abrangente nos próximos meses.
A Cisco projeta que haverá 15 milhões de acesso de banda larga em 2010, sendo 12 milhões fixos e 3 milhões móveis. A meta traçada pela Cisco, quando lançou o Barômetro, era de 10 milhões em 2010.