Operação Quixadá

25 de junho de 2008 10:14

Elas são acusadas de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e prática de câmbio ilegal por uma modalidade conhecida como dólar-cabo, utilizada para movimentar recursos oriundos de caixa dois, levando e trazendo dinheiro para o exterior.

Os acusados são empresários ligados à rede de postos de gasolina, pesca, exportação e importação que utilizavam empresas de fachada (factorings, sem autorização do Banco Central) para a prática de câmbio ilegal. A Polícia suspeita também do envolvimento de políticos com a quadrilha. Segundo o delegado Thomas Wlassak, que coordenou a operação e é representante da Interpol no Ceará, durante campanhas eleitorais há demanda por dinheiro vivo.

A operação dólar-cabo é uma transação pela qual o dinheiro não circula fisicamente e disso resulta a sonegação fiscal. O esquema funciona com uma conta bancária no exterior e outra aqui. Para receber dinheiro em moeda nacional, o cliente do esquema depositava dólares numa conta fornecida pela quadrilha no exterior e recebia o equivalente em reais no Brasil.

A PF não revelou os nomes dos presos. Foram apreendidos dois veículos, armas, documentos e computadores, R$221 mil, 25 mil e US$30 mil. A Operação Quixadá contou com 150 policiais federais do Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Foram cumpridos 20 mandados de busca e 17 dos 19 mandados de prisão, sendo dois em São Paulo.