Operação Santa Tereza

28 de abril de 2008 12:53

A PF investiga suposto desvio de parte de recursos emprestados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a prefeituras e empresas.

O relatório, citado em reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, embasou o pedido de prisão de 11 suspeitos. Paulinho não foi incluído formalmente na investigação porque, por ser deputado federal, tem foro privilegiado. Por uma questão legal, se Paulinho fosse incluído, o que foi apurado pela PF sobre outras pessoas se tornaria nulo.
Entre os citados no relatório da PF está João Pedro de Moura, que foi assessor direto de Paulinho na Força Sindical.

A reportagem de “O Estado de S. Paulo” diz que a PF classifica Moura como “um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco”. Em 13 de fevereiro, a PF filmou Paulinho nos corredores da Câmara, acompanhado de Moura.

Reportagem da Folha de sábado informa que Moura também é réu junto com Paulinho em um processo em que são acusados de estelionato e falsificação de documentos.
No relatório, a PF anota que, no dia 13 de fevereiro, Moura foi fotografado chegando à Câmara. Ele foi até o gabinete de Paulinho carregando uma mochila, diz a PF. “É mister perceber, na foto abaixo, que João Pedro de Moura desembarca pela manhã levando uma mochila, a qual não é mais vista com ele durante o decorrer do dia”, afirma o relatório.

Outro trecho do relatório da PF diz que o empresário Marcos Vieira Mantovani, também preso na Operação Santa Tereza, confirma com Moura o recebimento de sua parte do suposto desvio de recursos. Mantovani foi preso sob a acusação de ter criado empresa fantasma usada nos desvios.

Também são citadas pela PF as parcelas de dinheiro recebidas por “RT” e “PA”. A PF suspeita que as letras se referem ao advogado Ricardo Tosto e “possivelmente” a Paulinho.

Tosto é outro preso na operação. Ele faz parte do Conselho de Administração do BNDES como representante da Força Sindical e é suspeito de usar o cargo para influenciar a liberação de empréstimos.

Durante todo o dia de ontem, a Folha ligou para dois celulares de Paulinho. No fim da tarde, um assessor disse que ele não falaria porque estava ocupado com comemorações antecipadas do 1º de Maio no interior de São Paulo.

O assessor de imprensa de Paulinho reafirmou nota divulgada no dia 25. “A central sindical, sempre pautada pela transparência e prudência, irá aguardar a apuração dos fatos para se pronunciar definitivamente”, diz a nota, que faz menção apenas a Tosto e não a Paulinho. “Reafirmamos nosso apoio e confiança no Dr. Ricardo Tosto”, afirma o texto.