Operação Santa Tereza quase resolvida

27 de maio de 2008 12:45

Segundo ela, os depoimentos dessa segunda-feira na Justiça Federal de quatro dos 13 indiciados pelo MPF não trouxeram fatos novos à investigação, mas confirmaram fatos narrados na denúncia.

“Não obstante o interrogatório seja um ato de defesa dos acusados e em que eles podem mentir, não responder a algumas questões e em que eles têm o direito de falar o que quiserem, foi esclarecedor em alguns pontos da denúncia e corroborou com os fatos da denúncia”, disse a procuradora, após sete horas de depoimento na sede da Justiça Federal em São Paulo.

Na Operação Santa Tereza, a Polícia Federal e o MPF investigam uma organização criminosa que estaria fraudando empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) e praticando crimes de prostituição, tráfico internacional de pessoas e lavagem de dinheiro.

De acordo com a procuradora, os depoimentos dos réus “trouxeram fatos que não são convincentes para o Ministério Público”. Segundo o advogado Antonio Ruiz Filho, que defende Marcos Mantovani, os réus disseram durante o interrogatório que fizeram uso indevido do nome do deputado federal Paulo Pereira da Silva e do advogado e conselheiro afastado do BNDES Ricardo Tosto para tentar obter mais clientes com interesse em financiamentos no banco.

Foram ouvidos ontem (26) João Pedro de Moura, Marcos Mantovani, Celso Murad e José Carlos Guerreiro. Todos permanecem presos. O único réu que não compareceu foi Manoel Fernandes de Bastos Filho, ainda foragido.

Outras cinco pessoas devem ser ouvidas pela Justiça Federal na próxima sexta-feira (30): Ricardo Tosto, o coronel reformado Wilson de Barros Consani Júnior, Boris Bitelman e os irmãos Washington Domingos Napolitano e Edson Luiz Napolitano.

“O interrogatório de sexta-feira será outro trabalho árduo para o Ministério Público, mas estamos muito confortáveis com a denúncia que oferecemos”, disse a procuradora.

Já o depoimento de Jamil Issa Filho, ex-secretário de Urbanismo de Praia Grande, prefeitura que teria sido uma das beneficiadas com as fraudes nos empréstimos do BNDES, foi agendado para o dia 2 de julho em Praia Grande. A informação foi dada pelo advogado do réu, Marcelo Inácio, que ontem acompanhou os depoimentos.