Operação Segurança Pública S/A.

4 de julho de 2008 09:58

No meio da semana, Lins tentou mais uma manobra para adiar o procedimento que pode resultar na sua cassação: pediu para que as dez testemunhas que ele apresentou para sua defesa tivessem até hoje o prazo para serem notificadas.

Mas o presidente da comissão, deputado Paulo Melo (PMDB), rejeitou o pedido da defesa do ex-chefe de Polícia Civil nos governos Anthony Garotinho e Rosinha. Com isso, Lins terá que levar todas as testemunhas arroladas por sua defesa para o depoimento hoje na Comissão de Ética. O presidente da comissão afirmou que os deputados podem nem ouvir todos os convocados, já que o Código de Processo Penal não exige que todos sejam ouvidos.

A deputada federal Marina Magessi (PPS), uma das testemunhas arroladas por Lins, será a primeira a depor na Alerj, a partir das 10h. Inspetora de Polícia Civil licenciada, ela confirmou presença. As outras nove testemunhas apresentadas são: o advogado Otávio Gomes, ex-presidente da OAB-RJ; os delegados Ricardo Martins, Roberto Cardoso e Luiz Marcelo Fontoura Xavier; a jornalista Débora Farah, que trabalhou com Lins na campanha; os advogados Adriana Cruz e Sebastião Alves; o ex-comandante da PM, coronel Hudson Aguiar; e o ex-secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal.

Lins vai depor depois das testemunhas da defesa
Depois de ouvidas todas as testemunhas, está marcado para 14h o depoimento do próprio ex-chefe de Polícia Civil. Até agora, Lins tem afirmado que as acusações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que o denunciaram à Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, formação de quadrilha armada e facilitação de contrabando, são ilações e que ele não cometeu qualquer crime.

O último depoimento de Lins, dado aos corregedores da Alerj, deputados Luiz Paulo (PSDB) e Comte Bittencourt (PPS), não serviu para amenizar a sua situação. Os dois entenderam que as denúncias contra ele são graves e pediram a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.

Para tentar prolongar a investigação no Conselho, e evitar uma votação no plenário antes do recesso parlamentar, Lins usou – de acordo com o relator do procedimento, deputado Audir Santana (PSC) – vários artifícios para atrasar o processo. Mesmo com os atrasos, os deputados acreditam que terminam o procedimento antes do fim do recesso, 31 de julho.