Opinião: Hora da decisão

31 de outubro de 2007 10:38

Mas as exigências e os desafios serão muito maiores para o Brasil do que em 50. A população tem outro tamanho e a própria Copa, nova dimensão: em 50, participaram 13 seleções; em 2014, serão 32. E por causa do avanço das comunicações, a Copa do Mundo passou a ser um evento que consegue prender a atenção de bilhões de pessoas em volta do planeta.

Para o bem ou para o mal, a exposição do país-sede é absoluta.Tanto pode melhorar sua imagem, atrair negócios e turistas, como trincá-la de maneira irreversível.
Em linhas gerais, há três grandes frentes de trabalho em que o sucesso ou o fracasso do projeto será decidido: estádios, segurança e infra-estrutura.

O Pan 2007 pode servir de exemplo em escala reduzida, nem por isso desimportante, do que devem esperar governos, empresas e a sociedade.

Os Jogos foram bem organizados, e o entendimento entre as forças de segurança pública locais e a Polícia Federal evitou que a violência prejudicasse o evento. Nesses dois aspectos, há experiência acumulada à disposição da CBF.

Os estádios precisarão passar por severas adaptações ao padrão Copa do Mundo. E sem a participação da iniciativa privada, pouco ou nada será feito, o que significaria um retumbante fracasso.

Na perspectiva de hoje, o mais preocupante é a infra-estrutura de transporte interestadual e para a locomoção das pessoas nas cidades onde haverá jogos. Impensável, na época da Copa, um apagão aéreo, como o que ainda enfrentamos. O mesmo vale para as estradas e o transporte urbano de massa.

O fato de nenhum dos investimentos em infra-estrutura previstos para o Pan ter saído das pranchetas indica as dificuldades que esses projetos encontram no Brasil.

Já será um gol a favor se a Copa reativar os investimentos públicos e forçar o Estado a continuar a abrir espaços para a iniciativa privada nesse setor.

Reportagem do Financial Times , de Londres, traçou um cenário cáustico para a Copa de 2014, temendo que a competição possa ser um caos . Em vez de se reagir com bravatas patrióticas, deve-se é fazer o dever de casa com profissionalismo.