PDT é alvo da PF
Em maio de 2007, Gurgacz chegou a ser diplomado senador pelo Tribunal Regional Eleitoral na vaga de Expedito Júnior (PR) -que foi cassado, mas conseguiu retornar ao cargo por meio de recurso.
Sem diploma e foro privilegiado, Gurgacz foi indiciado por suspeita de lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha -junto com seu pai, Assis, a mãe, Nair, e o irmão Algacir, além de um ex-gerente da empresa Eucatur (União Cascavel) Adelino Silva. A Eucatur, da qual Gurgacz é sócio junto com os outros familiares, explora há mais de 20 anos os sistemas de transporte coletivo de Manaus e interestadual entre Amazonas e Roraima.
O suposto esquema de fraudes em financiamentos do Basa concedidos à Eucatur foi descoberto em 2006. “O Detran do Amazonas encontrou discrepância nos números de chassis da empresa. Como se trata de verba federal, começamos a investigar”, disse o delegado Domingos Sávio, coordenador da Operação Articulados.
Segundo a investigação, os sócios da empresa apresentaram ao banco sete ônibus articulados como tendo sido fabricados em 2004, mas perícia determinada pela Justiça atestou que os chassis são de 1993.
O banco, gerenciador do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, deu à Eucatur R$ 290 mil para a compra de cada ônibus.
Cada chassi, no entanto, custou à empresa R$ 12 mil, segundo a PF. Depois, os ônibus recebiam uma carroceria nova -espécie de “maquiagem” para driblar as auditorias do Basa.
Outra suposta fraude detectada nos financiamentos do banco à Eucatur foi no pagamento de combustível com crédito expedido pelo banco.
Dos R$ 19 milhões, a PF comprovou fraudes em mais de R$ 3 milhões. Ontem, a polícia apreendeu computadores e jóias na casa de Gurgacz, em Manaus. Na casa de seu pai, em Cascavel (PR), foram apreendidos documentos e US$ 13 mil.
Em Manaus, os agentes lacraram os sete ônibus articulados na sede da empresa.