PF acusa Dantas de suborno
– Este grupo criminoso não respeita as instituições e autoridades brasileiras – disse o procurador federal Rodrigo De Grandis, responsável pelo caso no Ministério Público Federal (MPF).
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, chefe da operação, disse ter ficado assustado com o poder de corrupção e infiltração da “quadrilha” no poder público.
Segundo a Polícia Federal, a mando de Dantas, Hugo Chicaroni e Humberto José da Rocha Braz chegaram a dar R$129 mil a um delegado, identificado apenas como Vitor Hugo, em troca de excluir Dantas, sua irmã Verônica e o ex-cunhado Carlos Rodemburgo das investigações. O advogado de Dantas, Nélio Machado, disse desconhecer o delegado Victor Hugo.
Ao receber a proposta de suborno, a PF usou o artifício da ação controlada. Ou seja, pediu autorização à Justiça para dar prosseguimento à negociação e prender os corruptores, em flagrante, no momento apropriado.
PF: tentativa de suborno começou após reportagem
Na casa de Hugo Chicaroni, em São Paulo, a PF encontrou ontem R$1 milhão em dinheiro vivo. Os policiais desconfiam que a quantia serviria para pagar a propina.
De acordo com a Polícia Federal, a tentativa de suborno começou pouco depois da publicação de uma reportagem da “Folha de S.Paulo”, em abril, que revelava a existência da investigação. O vazamento de informações sigilosas está sendo investigado.
De acordo com a Polícia Federal, uma prova de que Dantas sabia com antecedência da operação é o fato de o banqueiro ter proposto uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir sua prisão por ordem da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Pedido para forjar denúncia contra ex-sócio do banqueiro
Acreditando que o delegado realmente excluiria Dantas, Verônica e Rodemburgo da Operação Satiagraha, Chicaroni e Braz propuseram um outro “serviço” para o policial. Eles queriam, segundo a PF, que o delegado forjasse uma falsa denúncia contra o empresário Luiz Roberto Demarco, ex-sócio de Dantas no Opportunity, que atualmente é auxiliar de acusação contra o banqueiro em uma ação por espionagem da qual teria sido vítima.