PF ajuda a apurar assalto milionário em BH

6 de setembro de 2010 10:23

A Polícia Federal vai investigar o roubo à sede da transportadora de valores Embraforte, no Bairro Ouro Preto, região da Pampulha, na manhã de sábado, que rendeu aos criminosos pelo menos R$ 45 milhões, no maior assalto da história de Minas Gerais. Fontes da PF informaram ao Estado de Minas que agentes federais já estão acompanhando o trabalho da Polícia Civil, iniciado na tarde de sábado, logo depois da comunicação do assalto, e vão buscar a identificação e a prisão da quadrilha o mais depressa possível.

Na Polícia Civil, as investigações seguem duas linhas: pistas que apontam para a atuação de uma quadrilha de outro estado, a princípio São Paulo ou Rio de Janeiro, e o possível envolvimento de funcionários ou ex-empregados da Embraforte. “Estamos fazendo o levantamento das fichas dos colaboradores da empresa e de seus parentes”, disse o chefe do Departamento de Investigações contra o Patrimônio, delegado Islande Batista.

Os policiais tentam identificar as peças-chaves do quebra-cabeça e funcionários ou ex-empregados que têm ou tinham funções estratégicas na empresa e que poderiam ter repassado informações privilegiadas à quadrilha. Agentes que participam da investigação contaram que um dos bandidos, assim que entrou na sede da empresa, teria dito: “Cadê o Carlinhos? Ele não trabalha mais aqui, né?”

Um dos reféns que permaneceu no sítio no Bairro Fortaleza, em Ribeirão das Neves, usado como cativeiro durante a noite de sexta-feira, contou aos policiais que os criminosos tinham informações detalhadas sobre a movimentação de dinheiro na empresa. Um dos assaltantes afirmou, em conversa com um comparsa, que, pelo menos, R$ 14 milhões estavam guardados nos cofres da Embraforte. Para a polícia, essa informação confirma que os criminosos tinham certeza de que a empresa estava guardando um grande volume de dinheiro, que seria usado para abastecer os caixas automáticos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal durante o feriado.

Por tudo isso, o delegado, embora não forneça mais detalhes sobre o trabalho da equipe que coordena, reafirmou a certeza que o grupo de assaltantes é formado por criminosos experientes. “Não estamos investigando uma quadrilha qualquer”, disse o policial.

Islande Batista informou ainda que os reféns serão chamados novamente para prestar depoimento durante a semana, depois que estiverem mais calmos. O delegado comentou que algumas das vítimas do sequestro, que passaram mais de 12 horas sob a mira de fuzis e pistolas e ameaçados de ter seus corpos destruídos por granadas, não puderam ser ouvidos em razão do nervosismo . “Eles estavam abalados e com muito medo”, descreveu. 

Fonte: UAI Notícias