PF confirma espionagem
O superintendente da Polícia Federal do Rio, Valdinho Jacinto Caetano, confirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (19) sobre o furto de informações da Petrobras que não acredita em roubo comum, mas que se trata de espionagem. De acordo com Valdinho, nove pessoas já foram ouvidas e outras 15 intimadas.
Entre os indícios de espionagem está, segundo o superintendente, o fato de terem sido levados quatro laptops e dois HDs, mas outros equipamentos terem ficado para trás. Num roubo comum se leva o computador inteiro e não só o HD. O que nos leva a descartar a hipótese de crime comum, disse ele.
Valdinho confirmou ainda que o sistema de segurança da empresa era falho para esse tipo de material. Tinha muita gente com acesso a esse equipamento, explicou o superintendente, que afirmou que os equipamentos roubados eram da empresa americana Halliburton, que presta serviços à estatal, mas que as informações arquivadas eram da Petrobras.
Cronologia
De acordo com a Polícia Federal, o inquérito diz que o equipamento saiu de Santos, em São Paulo, no dia 18 de janeiro e chegou ao Rio o dia 25. O contêiner só teria chegado a Macaé no dia 30 e, no dia 31, foi verificado o furto.
No dia 1º de fevereiro, Luiz Lima Bianchi, funcionário da Petrobras, foi à PF prestar depoimento e notificar o roubo. Segundo Valdinho, no dia 2, sábado de carnaval, um perito esteve no local e fez um laudo parcial, já que o local havia sido mexido por funcionários que tentaram levantar o prejuízo.
A instauração do inquérito policial foi pedida no dia 6, primeiro dia útil após o carnaval, salientando que o objeto de furto eram informações sensíveis e estratégicas da empresa, sobre uma sonda da bacia de Santos.
Roubos anteriores
No depoimento de funcionários, segundo Valdinho, a Petrobras confirma que já houve casos similares de roubo, mas que foram registrados na delegacia de polícia local e que a empresa disse não ter dado importância, na época, pelo fato de os dados levados não terem relevância.
Essa documentação será, mais para frente, anexada ao nosso inquérito, assegurou.
Segundo ele, um delegado da Diretoria de Inteligência da PF de Brasília chegou a Macaé para auxiliar a delegada Carla Dolinski, da regional da cidade, na apuração dos fatos.