PF desbarata quadrilha que traficava armas para o Rio

12 de setembro de 2007 13:06

Nesta última apreensão, os policiais interceptaram um Astra no município de Lima Duarte, em Minas Gerais. O veículo continha 75 granadas CEV, 23 pistolas tchecas CZ75 calibre 9mm, três submetralhadoras espanholas Star, dois fuzis 762 e 656 munições para fuzis. O armamento estava nos forros laterais do automóvel.

O grupo já vinha sendo investigado havia seis meses pela Missão Suporte. Mas os dois principais cabeças da organização – Taparo e o ex-guarda municipal do Rio, Carlos Caetano Gonçalves – já tinham sido presos anteriormente.

Taparo, conhecido como “Cabeça”, foi ouvido pela CPI do Tráfico de Armas em dezembro de 2005, quando já estava preso. Depois, fugiu da cadeia no Paraná. Caetano tinha sido preso em agosto de 2002, em Parati (RJ), com seis pistolas e um revólver. Segundo a assessoria da PF, ele deixou a cadeia durante uma Visita Periódica ao Lar (VPL) e não mais retornou. Com eles foram detidos ainda Hélio Aparecido Ávila, Fábio Ivan Terme, Geonice Domingues e Nadiesca Maricléia.

Pelo levantamento da Polícia Federal, de agosto de 2002 até ontem, foram feitas sete apreensões da quadrilha, totalizando um revólver, 45 pistolas, cinco submetralhadoras, oito fuzis, 149 granadas, 61 carregadores, três esteiras com munições para fuzis e uma metralhadora, além de um total de 115.843 munições de 16 calibres diferentes e seis carros.

Pelos cálculos do superintendente da PF do Rio, o delegado Valdinho Jacinto Caetano, as armas apreendidas no domingo seriam vendidas por um preço quatro vezes maior aos US$ 45 mil gastos na compra, realizada no Paraguai. Ele acredita que as granadas, de fabricação brasileira, foram exportadas e reingressaram ao País. Pelo número do lote, a polícia investigará o percurso feito por elas.

Prisões
Tanto o superintendente como os agentes federais que executaram as prisões destacaram que o mais importante foi a desarticulação por completo da quadrilha. O motorista do Astra, Edson Luiz Moreira, foi preso durante a operação no município de Lima Duarte, em Minas Gerais. Ele saiu de Foz de Iguaçu (PR) na sexta-feira e, para fugir de barreiras policiais, utilizava estradas vicinais e evitava rodovias como a Dutra e a Rio-Santos.

A partir da prisão dele, a PF chegou a Caetano, que estava em um hotel no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Ele era o responsável pela distribuição das armas para traficantes do Estado. O cabeça do grupo, Taparo, foi pego na casa em que se escondia, na Ilha Comprida, em São Paulo.

Outro membro da quadrilha, Izaldo de Souza Filho, foi preso em maio, em Parati (RJ). Já Paulo Peixoto Teixeira Faria transportava um carregamento apreendido em julho, em Seropedica (RJ).