PF deve concluir hoje as perícias na caminhonete e no avião
A Polícia Federal (PF) deve concluir hoje as perícias na caminhonete e no avião envolvidos no assalto registrado na noite da segunda-feira passada no aeródromo Oscar Laranjeira, em Caruaru (Agreste), a 140 km do Recife. Enquanto isso, a administração do aeroporto promete começar os serviços na cerca que foi arrancada pelos bandidos, para evitar que animais entrem na pista e causem acidentes durante os pousos e decolagens, que estão acontecendo normalmente.
Enquanto isso as investigações a fim de identificar e prender os integrantes do grupo que invadiu a cabeceira da pista, por volta das 19h e abordaram um avião bimotor modelo Navajo, que pertence à empresa paulista JAD Taxi Aéreo. A aeronave foi interceptada, alvejada e assaltada por bandidos a bordo de uma Hillux preta, de placas KHH 5126. O avião, ocupado por um piloto e um tripulante, preparava-se para levantar voo para João Pessoa (Paraíba), quando sofreu o impacto da carroceria do veículo em uma das asas, antes de ser rendida por oito homens armados de pistolas e armas de cano longo. Uma investida tão espetacular quanto fracassada. Os malotes que a empresa de taxi aéreo transportava continham cheques e notas de compensação bancária, e não dinheiro.
Mas o que impressiona foi a facilidade com que os ladrões tiveram para invadir a pista. A segurança do local é feita apenas por dois guardas patrimoniais e se restringe ao terminal de passageiros, enquanto a pista fica desguarnecida, com os fundos "protegidos" por cercas de arame farpado. De acordo com informações da Polícia Federal de Caruaru, os assaltantes usaram um acesso por uma estrada de terra batida por trás do aeroporto para chegar até a cabeceira. Depois de tentar impedir a partida jogando o carro utilitário contra a aeronave, eles chegaram a efetuar vários tiros, três deles atingiram uma das janelas do táxi aéreo.
Na fuga, levaram uma parte da carga transportada, apenas 15 dos 58 malotes. A Hillux, que foi encontrado horas depois abanadonada à distância de 1 km do aeroporto, na direção da estrada que dá acesso ao Alto do Moura, também ficou com avarias na carroceria e teve o párabrisa estilhaçado. Segundo a polícia, o automóvel foi roubado no Rio Grande do Norte e a placa seria fria.
Sete funcionários da PF (dois peritos, um papiloscopista, dois agentes e um delegado), alguns deles acionados do Recife, passaram o dia inteiro realizando a perícia técnica não somente nos dois objetos como também na pista na tentativa de encontrar algum vestígio. Ninguém foi preso.
"Eles se esconderam na vegetação e, na saída, quebraram a cerca de arame. Nós recolhemos o veículo e devemos concluir a análise amanhã (hoje). A perícia está sendo muito detalhada", declarou o delegado-chefe da PF em Caruaru, Humberto Freire, que designou o delegado Dário Sá Leitão para especialmente apurar o caso. As diligências começaram ainda ontem. Pela manhã, foram ouvidos o piloto e o co-piloto, de nomes não-informados, que ajudaram o órgão a reconstituir o assalto. Hoje outras pessoas devem ser chamadas a prestar esclarecimentos.
Ontem, o aeroporto funcionou normalmente. No entanto,a única empresa que mantém voo diário do Recife para Caruaru, Noar Linhas Aéreas, cancelou o voo, mas não em função do assalto,e sim por problemas na aeronave, segundo informou a assessoria de imprensa da companhia. A empresa comunicou que hoje manterá a rota operando normalmente.
Cheques – A polícia informou ainda que a aeronave havia sido contratada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para recolher e devolver cheques compensados, contratos e títulos bancários. O gestor do sistema de aeródromos de Pernambuco, Fernando Maranhão, disse que o trajeto era feito em dias úteis (segunda a sexta-feira), de forma regular e com horários definidos. Às 5h40, o avião partia do Recife e pousava às 7h30 em Caruaru, passando por João Pessoa. E, na volta, fazia o percurso inverso, Às 18h50 de anteontem, o táxi fretado tentava mais uma vez sair com os papelotes dos bancos de Caruaru quando teve o destino mudado. "Esses papéis não têm validade para troca. A tentativa acabou sendo um fracasso", comentou Maranhão.
Com sede em Jundiaí (SP), a JAD Taxi Aéreo existe há oito anos e atua em todo o território brasileiro. Procurada pelo Diario, a empresa declarou, em nota oficial, que, por orientação da PF, passará o mínimo de informações. Sem confirmar o trajeto feito pela aeronave, limitou-se a dizer que o material roubado são documentos sem valor comercial ou monetário.
Fonte: Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR, com informações do repórter Rafael Dias