PF diz que todos os presos da 14ª fase da Lava Jato serão indiciados

22 de junho de 2015 16:28

O delegado da Polícia Federal (PF) Igor Romário de Paula disse ao G1 na manhã desta segunda-feira (22) que os 12 presos na 14ª fase da Operação Lava Jato serão indiciados logo após serem ouvidos pelos demais delegados.

"Os procedimentos podem se prolongar até a semana que vem, mas serão todos indiciados", afimou o delegado.

 

Ao jornal "O Globo", Igor Romário de Paula disse que já existe muito material que incrimina os suspeitos.

 

A 14ª fase foi deflagrada na sexta-feira (19) e investiga crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, formação de cartel, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, entre outros, envolvendo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

 

Os quatro primeiros a serem ouvidos serão Alexandrino de Salles e Christina Maria da Silva Jorge, ligados à Odebrecht, além de Antônio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lucio Magalhães, ligados à Andrade Gutierrez. Eles foram presos temporariamente. O prazo vence na terça-feira (23) e pode ser prorrogado por mais cinco dias.

 

"Tem provas suficientes para justificar as prisões", acrescentou o delegado.

 

Na sequência, a Polícia Federal deve ouvir os oito acusados que tiveram prisão preventiva, ou seja, que não fixa prazo para que possam deixar a carceragem da PF em Curitiba. Entre eles estão o presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

Segundo o delegado, ainda não foram definidos por quais crimes cada acusado será indiciado. Contudo, a maioria deve responder por corrupção e lavagem de dinheiro.

 

LAVA JATO: 14ª FASE

Alvos são Odebrecht e Andrade Gutierrez

prisões dos executivos

procurador e delegado falam

vídeo: não há dúvida, diz mpf

infográfico: o esquema

relembre: prisões desde o início

notícias da lava jato

14ª fase

As empreiteiras alvo desta fase da Lava Jato foram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.

 

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.

 

O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.

Confira a lista dos presos de cada empresa presos nesta fase, de acordo com a PF:

 

Odebrecht

-Marcelo Odebrecht, presidente, prisão preventiva

-João Antônio Bernardes, ex diretor, prisão preventiva

-Alexandrino de Salles, prisão temporária

-Cristiana Maria da Silva Jorge, consultora, prisão temporária

-Márcio Faria da Silva, prisão preventiva

-Rogério Santos de Araújo, prisão preventiva

-César Ramos Rocha, prisão preventiva

 

Andrade Gutierrez

-Otávio Marques de Azevedo, presidente, prisão preventiva

-Antônio no Pedro Campelo de Souza, prisão temporária

-Flávio Lucio Magalhães, prisão temporária

-Elton Negrão, prisão preventiva

– Paulo Roberto Dalmazzo, prisão preventiva

 

Em nota, a Odebrecht informou que João Bernardi Filho e Christina Maria da Silva Jorge não são funcionários da empreiteira. A Andrade Gutierrez também informou que Antônio Pedro Campelo de Souza Dias, Paulo Roberto Dalmazzo e Flávio Lúcio Magalhães não fazem parte do quadro funcional da empresa. Leia Mais.

 

Presos estão em Curitiba

O avião da Polícia Federal com 11 dos investigados pousou em Curitiba por volta das 19h40 de sexta-feira (19). Dali, eles seguiram para a Superintendência da PF, onde estão detidos. O 12º preso, Paulo Roberto Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, se entregou na Superintendência da PF, acompanhado do advogado.

A operação ainda cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.

 

O outro lado

Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.

 

"Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.

 

Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.

 

"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.