PF investiga casamentos de fachada de cubanos

2 de outubro de 2007 11:16

Inquérito aberto na delegacia da PF de Araçatuba, interior de São Paulo, investiga 20 cubanos, moradores na região, suspeitos de conseguir o visto definitivo depois de se casarem com brasileiros e brasileiras aliciados pela quadrilha.

Segundo informações da PF, o mesmo golpe ocorre em outras regiões do País.

Em Araçatuba, um dos investigados é um treinador de beisebol que está sendo procurado pela PF. Ele pagaria de R$ 1 mil a R$ 3 mil para cada brasileiro ou brasileira interessado em se casar no papel com cubanos .

As investigações tiveram início depois que a PF constatou um aumento considerável no número de pedidos de vistos de permanência definitiva de cubanos. Todas essas solicitações tinham uma particularidade: os cubanos eram recém-casados com parceiros brasileiros. Isso nos chamou atenção e uma investigação preliminar constatou que a maioria deles não vivia com seus parceiros. Não conseguimos encontrá-los juntos com seus maridos e esposas, e as desculpas dadas não nos convenceram , explicou o delegado Rodney Loureiro dos Santos, que começa a ouvir os cubanos hoje.

RELAÇÕES EXTERIORES

O caso chamou a atenção do Ministério das Relações Exteriores, que espera a conclusão das investigações para tomar posição sobre os estrangeiros envolvidos. Segundo o delegado, os cubanos estariam hoje em situação regular no Brasil somente porque usaram de uma fraude para obter o visto de permanência.

Se a fraude for comprovada, os acusados poderão responder por crime de falsidade ideológica, cuja pena é de um a cinco anos de prisão, mais multa. Mas precisamos ter cuidado para provar que esses casamentos foram de fachada, que eles chegaram como turistas e se casaram de maneira fictícia para poder morar no País, mas não podemos punir os cubanos que conseguiram o visto com legitimidade , diz.

Depois de concluído, o inquérito vai para a Justiça Federal, que, se comprovar o crime, poderá anular os casamentos e pedir a expulsão dos estrangeiros do País.