PF libera um dos presos da Operação Zebra

31 de agosto de 2007 16:41

O delegado informou que um laptop apreendido em abril último com o proprietário da Monte Carlos, Carlos Alberto Ferreira da Silva, revelou parte do esquema de sonegação fiscal. O notebook estava no jato do diretor, que estava voltando de São Paulo, quando foram apreendidos R$ 753,2 mil pela Polícia Federal. Ainda de acordo com a PF, a Monte Carlos movimenta cerca de R$ 50 milhões por ano só com o jogo de bicho e cerca de R$ 100 milhões com todas as suas atividades, que inclui duas montadoras de máquinas caça-níquel, uma em Olinda e outra em São Paulo.

A Monte Carlos está sendo acusada de contrabando nas peças usadas para montar as máquinas de jogo. O superintendente-adjunto da 4ª Região Fiscal da Polícia Federal, Aloísio Oliveira, fez uma estimativa de que a empresa deve ter sonegado cerca de R$ 135 milhões nos últimos cinco anos com a exploração da loteria online e das máquinas caça-níquel, como são conhecidas as máquinas de videopôquer.

O advogado da empresa Monte Carlos, Mário Gil Rodrigues, afirmou que a empresa não faz contrabando, porque as máquinas são fabricadas no Brasil e com componentes nacionais. Ele também argumentou que o grupo não pratica a sonegação fiscal e que recolhe todos os impostos. Não há laranjas e os veículos de uso pessoal estão no nome da empresa ou dos sócios, comentou Rodrigues, acrescentando que já pediu o relaxamento da prisão de todos as pessoas que foram presas.

Também foram apreendidos bens dos sócios da Monte Carlos, como 10 imóveis, um helicóptero, um avião, duas lanchas, jóias, relógios e 20 veículos, sendo alguns de luxo, como um Porsche Cayenne Turbo, duas BMWs, um Smart e uma Pajero. A estimativa é que os bens apreendidos alcancem mais de R$ 50 milhões.

Além do proprietário da empresa, a PF revelou o nome de 10 pessoas que foram presas: Luis Tierne Tenório de Andrade, Vera Lúcia da Silva Santos, Otávio Bandeira de Melo, Celina Lúcia Bandeira de Melo, Isael Severino dos Santos, Paulo Sérgio Vanderley Barbosa da Silva, Terezinha de Jesus Bandeira de Melo, Verônica da Silva Branco, João Bosco Vieira de Melo e Carlos Antonio Bussad. Somente o último foi preso no Rio de Janeiro e as outras prisões ocorreram no Recife. Entre os presos, há um policial que prestava serviço à firma. Também ocorreram mais duas prisões, uma em Caruaru e outra no Recife.

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