PF não foi identificada como prioridade no governo Dilma, diz delegado da PF
Novo presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Miguel Sobral afirmou, em entrevista ao Blog, que "a PF não foi identificada pelo governo [Dilma Rousseff] como uma de suas prioridades".
"É certo que a crise econômica enfrentada pelo país […] obrigou que fossem promovidos ajustes orçamentários e elencadas prioridades. A PF sofreu cortes em seus investimentos e em custeio. Hoje sofremos com a insuficiência de recursos financeiros para a manutenção de diversas atividades no órgão", explica.
Segundo ele, de 2002 a 2008, no final do governo Fernando Henrique Cardoso e em boa parte dos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, a PF recebeu altos investimentos para contratação de policiais e equipamentos, aumentando a capacidade de investigação. "Nesse período adquirimos modernos sistemas e, diariamente, realizamos grandes operações policiais", diz.
Contudo, ele aponta que antes mesmo do fim do segundo mandato de Lula, em 2009, "houve redução dos investimentos na Polícia Federal, com progressivos cortes nos investimentos e, notadamente, nos recursos de custeio que sustentam a realização das investigações criminais".
Sobral é delegado da PF desde 2003, passando por Rondônia e Brasília. Na capital, chefiou o Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos de 2008 a 2013. Atualmente está cedido à Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.
Nesta entrevista, o delegado afirma que, em alguns momentos, faltou recursos para o pagamento de diárias e passagens em investigações como a Lava Jato, Zelotes e Acrônimo. Entretanto, segundo ele, os obstáculos acabaram sendo contornados. Sobral defende mais autonomia para a PF e mandato de três anos para o diretor da corporação.
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