PF pode investigar o que quiser, diz Tarso
O delegado Sérgio Menezes, responsável pelo caso, terá liberdade para investigar o que quiser, de acordo com Tarso.
Anteontem à tarde, o ministro havia dito que a PF apuraria somente o vazamento das informações dos documentos. Saber quem organizou o dossiê, afirmara Tarso, deveria ser apenas alvo de disputa política entre governo e oposição.
“O Ministério da Justiça não pode e não terá o controle dessa investigação. O presidente do inquérito tem autonomia em relação ao próprio superintendente para trabalhar”, disse o ministro já na noite de terça-feira. “O ministro da Justiça não tem intervenção, e sequer o delegado presta contas ao seu superior”, acrescentou.
Ontem, após cerimônia no Palácio do Planalto, ele tentou esquivar-se do assunto e reafirmou que o Ministério da Justiça não tem mais nada a ver com o caso. “Deixa o homem trabalhar, deixa o delegado trabalhar”, brincou, lembrando a frase utilizada durante a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de dizer que a PF investigará o que quiser, Tarso reafirma que o único delito nesse caso é o vazamento de informações sigilosas e não a formatação do dossiê. Ele negou que a PF já tenha definido que a apuração chegará aos responsáveis pelo dossiê. “Isso quem diz é a imprensa”, afirmou.
Logo que o inquérito foi aberto, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, também enfatizou que a investigação estaria restrita ao vazamento. Porém, investigadores próximos a Menezes disseram que ele deve ir além da mera identificação do vazador. O delegado pretende, segundo esses investigadores, perguntar aos servidores da Casa Civil durante os interrogatórios quem é o responsável pela confecção do dossiê, além de questionar o porquê do vazamento, a finalidade da divulgação dos dados e para quem foram repassados.