PF prende 54 traficantes

13 de setembro de 2007 10:52

A Polícia Federal prendeu ontem 53 pessoas no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina durante a Operação Colméia, que desmantelou uma quadrilha de traficantes de cocaína. A força-tarefa de 300 agentes e delegados federais também contou com ajuda de uma equipe da PF do Ceará, que fez buscas num sítio mantido por um dos líderes da organização naquele estado.

Ao longo do dia, os policiais cumpriram a maior parte dos 52 mandados de prisão expedidos pela Justiça nos municípios gaúchos de Caxias do Sul, Viamão, Porto Alegre, Gravataí, Venâncio Aires, Glorinha, Pirapó, São Luís Gonzaga e Uruguaiana e na cidade catarinense de Araranguá. A missão não acabou. Ainda há buscas por envolvidos com a quadrilha que não foram encontrados. O número de prisões superou o de mandados porque houve flagrantes.

Também foram apreendidos 40 veículos, R$ 200 mil em dinheiro, armas, produtos para o refino da droga e galos de briga. Num sítio de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, os policiais encontraram cerca de 450kg de cocaína acondicionada em tonéis que estavam enterrados. As investigações sobre o esquema montado pelos traficantes começaram em março deste ano.

Rede
O delegado Ildo Gasparetto, superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, disse que a droga saía da Bolívia, passava pelo norte da Argentina e chegava ao estado cruzando o Rio Uruguai. O grupo mantinha laboratórios de refino e uma rede de distribuição em diversas cidades da Região Sul do país. A investigação indicou que o grupo comercializava 500kg da droga por mês. É a maior organização de traficantes que desbaratamos nos últimos anos no estado , afirma Gasparetto.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha era liderada por Ademar Fracalossi, que mantinha a organização Sapiranga Centro de Eventos em Meleiro, no sul de Santa Catarina, como fachada para os negócios e para a lavagem de dinheiro do esquema. A casa tem capacidade para 30 mil pessoas, quatro vezes a população do município, e recebia espectadores de toda a região para espetáculos de artistas como Zezé di Camargo e Luciano, Ivete Sangalo e grupos como Babado Novo, J. Quest e RBD. Destaque-se que os artistas não tinham qualquer relação com o esquema, apenas cumpriam contratos para apresentar seus espetáculos , ressalva o delegado.

A polícia descobriu que a diferença entre os cachês e a bilheteria quase sempre apontava prejuízos, mas a contabilidade oficial mostrava lucros, para esquentar o dinheiro arrecadado com outra atividade: o tráfico de drogas. Outra característica da organização criminosa era a prática e o incentivo de rinhas de galo, atividade proibida por lei ambiental, que prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa no valor de R$ 2 mil.

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É a maior organização de traficantes que a PF desbaratou nos últimos anos no estado (do Rio Grande do Sul)

Ildo Gasparetto, superintendente da PF no Rio Grande do Sul