PF prende quadrilha que planejava pelo WhatsApp matar policiais no AC
A Polícia Federal no Acre (PF-AC), em parceria com as polícias Civil e Militar, desarticulou, nesta terça-feira (20), uma quadrilha suspeita de planejar a morte de policiais, em sua maioria militares, por meio do aplicativo WhatsApp. Foram cumpridos, durante a Operação Joker, sete mandados de prisão, 12 de busca e apreensão e três de internação de menores de idade. O número e os nomes dos alvos não foram divulgados.
De acordo com o chefe da Delegacia Fazendária da Polícia Federal, Jacob Guilherme, todos os presos já têm passagem pela polícia e devem responder por formação de grupo de extermínio. "Caso fosse uma ameaça vazia não teríamos chegado a este ponto. Nós verificamos a vida de todas as pessoas que conseguimos identificar e todos tinham passagem pela polícia por crimes violentos, como homicídio doloso na forma atentada, roubo com emprego de arma de fogo, crimes de ameaça, danos e invasão de domicílio", afirmou.
A investigação teve início há um mês, quando foi descoberta a existência do grupo no aplicativo intitulado "PM bom é PM morto". A PF também não quis informar quantas pessoas faziam parte do grupo e afirma que as investigações ainda não encerraram. No total, 60 policiais federais e 24 civis participaram da ação.
Durante a operação, também foram lavrados três flagrantes, sendo dois por porte ilegal de armas e um por tráfico de drogas. "Esses crimes serão apurados paralelamente", explica o delegado federal.
Guilherme afirma ainda que nove policiais foram mortos no Acre nos últimos quatro meses e será investigado o envolvimento deste grupo de extermínio em algum desses crimes. "Nós temos suspeitas, mas nenhuma prova no momento".
O comandante da Polícia Militar, Júlio Cesar, afirma que a operação foi exitosa ao conseguir prender pessoas que incentivavam o assassinato de policiais. Para ele, a tentativa de inibir o trabalho da PM, através de ameaças, não vai surtir efeito. "Os nossos policiais são guerreiros e confio muito no trabalho deles. É o risco da profissão, não abriremos mão de combater o crime no nosso estado", disse.
O delegado Nilton Boscaro, diretor de polícia da capital e interior, afirma que a integração das polícias Militar, Civil e Federal foram essenciais para que a operação tivesse sucesso. "Foi um trabalho de inteligência de forma integrada. Essa palavra é uma diretriz tanto do governo estadual, quanto federal", disse.
Joker
A operação recebeu o nome de Joker, cujo significado da palavra é Coringa, em alusão a um tipo de palhaço famoso por matar policiais. Segundo Jacob Guilherme, o personagem era usado para ilustrar os perfis dos integrantes que formavam o grupo criminoso. "Eles usam esse tipo de metáfora, de matadores de policiais. Todos eles usavam imagens desse tipo, nos perfis do WhatsApp para se identificarem", explica.