PF prende quadrilha suspeita de enviar cocaína à Europa

25 de março de 2014 14:34

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (20) uma operação em conjunto com a polícia italiana para combater o tráfico de droga e que culminou com 12 suspeitos presos. Eles seriam parte de uma organização criminosa especializada no envio de cocaína sul-americana para a Europa. A operação Monte Pollino busca combater o envio de droga em navios de carga a partir do porto do Santos, no litoral paulista, para diversos portos europeus.

 

Uma das maiores máfias da região da Calabria, na Itália, comandava o tráfico. Usando o Brasil apenas como ponto de passagem, o grupo criminosos comprava grandes quantidades de cocaína pura de fornecedores do Peru e da Bolívia. A droga era armazenada na região de Campinas, interior de São Paulo. Depois, colocada em mochilas e malas que eram levadas para Santos. Dois funcionários do orto, encarregados de agendar remessas, colocavam as malas dentro de conteineres. A droga seguia para Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica e Portugal.

 

Além de Brasil, foram cumpridos simultaneamente mandados de prisão e de busca na Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Holanda, Sérvia, Montenegro e no Peru, com apoio da Interpol e dos adidos da Polícia Federal em outros países. Dos 12 presos, dez estavam no Brasil, um na Espanha e um na Itália. Oito suspeitos estão foragidos. No total, foram expedidos 20 mandados de prisão.

 

Além dos presos, outras seis pessoas foram presas em flagrante, desde o início da investigação brasileira. Foram apreendidas 1,3 tonelada de cocaína, 10 veículos e 760 mil dólares.

 

A Polícia Federal descobriu que o braço financeiro da máfia calabresa no país era uma brasileira, que era quem fazia os pagamentos pelos envios da droga. Ela também foi presa. Segundo a PF, de 100 a 150 kg de cocaína pura eram enviados semanalmente para a Europa, sem chamar a atenção.

 

A investigação italiana, que teve início em 2010, foi batizada de Operação Bongustaio e investiga os compradores da droga. Ela foi deflagrada simultaneamente à investigação brasileira, havendo pessoas investigadas simultaneamente nos dois países.

 

A investigação no Brasil iniciou-se em fevereiro de 2013, quando a Polícia Federal recebeu um pedido de cooperação jurídica internacional vindo da Itália, narrando a existência do esquema criminoso.

 

Os investigados serão indiciados e responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e financiamento da prática do tráfico transnacional, que têm penas previstas de 3 a 30 anos de reclusão. Outros trabalhadores do porto de Santos também estão sendo investigados pela Polícia Federal.