PF realiza 10% das escutas telefônicas
Os números apresentados ontem pelo diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que apura as escutas revelam que existam hoje 5.800 telefones grampeados pela PF em todo o país. Corrêa, explicou, entretanto, que isso representa apenas 3,5% de todas as investigações que foram realizadas pela PF nos últimos quatro anos.
Corrêa afirmou que, apesar dos números, não é possível falar que há uma banalização das escutas telefônicas. Em muitos crimes apurados, há o procedimento administrativo, observa o diretor da PF, ressaltando que não há grampos sem investigação. A Polícia Federal só opera por meio de inquérito, disse ele, anunciando que a instituição está tomando providências para evitar os vazamentos das informações, muitas vezes existentes ainda com a apuração em curso. Corrêa afirmou que às vezes isso é atribuído à PF, mas a origem pode ser outra. O momento é quando a operação sai do controle da polícia, diz ele, atribuindo o vazamento a advogados.
Para evitar que isso venha a ocorrer, a PF e o Ministério Público Federal estão adotando mecanismo de preservação das escutas telefônicas. Os advogados dos acusados poderão ter acesso a elas por meio de uma senha, que os identificará. Cada gravação que sair do processo terá um áudio diferenciado para indicar quem fez o vazamento. Só este mês, a PF abriu dois inquéritos para apurar divulgação de escutas. Na segunda-feira, a PF inaugurou o Centro de Inteligência e Análise Estratégica (Cintepol), que reunirá informações de sete estados e os principais órgãos federais que trabalham com investigações.
Pelos números apresentados por Corrêa, 163 mil inquéritos estão em andamento, sendo que 478 resultaram em grandes operações. Hoje, há 210 novos pedidos de escutas no país e a PF pediu a prorrogação de 3.600 procedimentos. O total, segundo dados da CPI, são de 409 mil escutas.