PF rebate críticas da PGR sobre demora nos laudos do mensalão do DEM
A Polícia Federal rebateu nesta quinta-feira declarações feitas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que culpou o órgão pelo atraso na apresentação de denúncia formal contra o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Em nota, a PF diz que não restou “qualquer diligência pendente” de cumprimento, afirma que todas às perícias e demandas do Poder Judiciário de Ministério Público foram atendidas.
Na quarta-feira, Gurgel disse que a PF tem demorado "excessivamente" para elaborar os laudos que o Ministério Público Federal pediu. Para ele, laudos produzidos pelo Instituto Nacional de Criminalística já deveriam estar pronto.
"Evidentemente que já era para estar concluído", comentou, completando: "Tivemos uma série de dificuldades com a Polícia Federal, atrasos de perícias e tudo mais. Ainda há uma série de diligências pendentes, mas a gente espera conseguir resolver isso e ter condições realmente de apresentar a nossa conclusão", afirmou.
A PF justifica que os autos do inquérito foram encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) “acompanhados de relatório parcial contendo resultado da análise até então concluída”. Segundo a nota, também foram encaminhadas sugestões para novas medidas investigativas, sendo que o órgão não obteve resposta.
O escândalo do mensalão do DEM foi descoberto durante a Operação Caixa de Pandora, realizada pela PF em novembro de 2009. Arruda é acusado de ser o chefe do mensalão do DEM. Repasses de dinheiro foram registrados em vídeos e entregues à PF por Durval Barbosa, ex-secretário do governo do DF que denunciou o esquema.
Leia a nota na íntegra:
“Brasília/DF – Com relação às notícias veiculadas sobre a operação Caixa de Pandora, em que foi atribuída à Polícia Federal a demora nas conclusões das investigações, a PF esclarece que:
No dia 12 de abril de 2010 os autos do Inquérito nº 650 foram encaminhados ao STJ acompanhados de relatório parcial contendo resultado da análise até então concluída;
Em 09 de agosto de 2010, foi encaminhado ao STJ relatório apresentando a conclusão da análise de todo material apreendido durante as várias buscas e apreensões realizadas, incluindo documentos e mídias computacionais;
Em ambos os relatórios, a Polícia Federal sugeriu várias medidas investigativas, dentre elas a quebra de sigilo fiscal e bancário de diversos envolvidos. Apesar da consignação de sugestões nos relatórios citados, a Polícia Federal não foi informada, até esta data, de qualquer decisão sobre tais medidas.
Além disso, desde a entrega do relatório parcial, em abril de 2010, os autos não mais retornaram à Polícia Federal e não restou qualquer diligência pendente de cumprimento;
Com relação às perícias, a PF informa que todos os exames pertinentes foram realizados com prioridade pelo Instituto Nacional de Criminalística – INC, que atendeu prontamente as demandas periciais requisitadas pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público”.