PF reforça buscas em reserva indígena situada na divisa de RO e AM
Em coletiva dada na manhã desta quinta-feira (26), na Superintendência da Polícia Federal de Rondônia, o delegado superintendente Carlos Manoel Gaya da Costa informou que a PF instaurou inquérito para apurar o desaparecimento das três pessoas, ocorrido há 10 dias, dentro de uma reserva indígena que fica na divisa entre Rondônia e o Amazonas. Testemunhas revelaram em depoimento que 40 índios foram vistos empurrando o carro em que os três desaparecidos viajavam, na BR-230.
Segundo informações da PF são três homens, sendo um deles funcionário da Eletronorte e o outro um vendedor de Humaitá, todos moradores de Santo Antônio do Matupi-AM. A população local exige ainda que, além das buscas, haja também uma interferência da polícia no que se refere a um pedágio cobrado pelos índios na região, fato considerado um foco de tensão permanente. A polícia informou que os índios não facilitam os trabalhos de investigação e que delimitaram as áreas onde a polícia poderia fazer as buscas.
De acordo com o superintendente, a inteligência da Polícia Federal já está trabalhando para identificar a autoria do crime, ao que tudo indica um sequestro, porém, a urgência está concentrada nas buscas.
“Temos urgência em encontrar essas pessoas, de preferência com vida ou, caso não seja possível, localizar seus corpos. Os indígenas não são amigáveis, dificultam o acesso da polícia na área e negam que tenham sequestrado essas pessoas, ou que elas tenham sumido dentro da reserva”, explicou o delegado Costa. As investigações revelam indícios de que os desaparecidos estão na área indígena.
Na coletiva, o superintendente disse ainda que a PF mobilizou todo o seu efetivo para esta operação. O Governo do Estado do Amazonas, a Força Nacional, o Exército, a Polícia Militar do Amazonas, a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil de Rondônia e Corpo de Bombeiros também estão prestando apoio à Polícia Federal que, nas próximas horas, pretende encontrar os três homens e dar uma resposta à sociedade.
Sem notícias
Para amenizar o sofrimento das famílias que não obtém notícias dos desaparecidos, amigos e familiares acamparam na Balsa Transamazônica que dá acesso de Humaitá (AM) a Santo Antônio do Matupi, Km 180, até Apuí.
De acordo com as famílias, as vítimas teriam sido sequestradas quando viajavam de Apuí para Humaitá. O sumiço dos três foi sentido primeiro pelo sobrinho de um deles. "Ninguém sabe se eles estão vivos ou estão mortos. Isso preocupa, porque já fomos atrás de ajuda e o que veio ainda não foi suficiente", conta o sobrinho de uma das vítimas.