PF reforçará segurança nas 9 unidades da Federação em que haverá 2º turno
A Polícia Federal (PF) vai aumentar seu efetivo nas nove unidades da Federação em que haverá segundo turno, em 31 de outubro. O esquema vai privilegiar localidades nas quais foram registrados maior número de problemas, como em Roraima, onde a PF apreendeu cerca de R$ 5 milhões em dinheiro que seria usado ilegalmente durante a campanha eleitoral no primeiro turno. Dessa vez, as atenções estarão voltadas, também, para Pará, Alagoas, Piauí e Distrito Federal.
No primeiro turno, pelo menos dois fatos marcaram as campanhas eleitorais e envolveram nomes da política nacional. O primeiro aconteceu três dias antes do pleito, quando agentes federais, cumprindo determinação da Justiça, fizeram buscas em secretarias e meios de comunicação do governo do Acre, além do escritório político do senador Tião Viana (PT-AC), que foi eleito governador do estado. O outro atingiu o também senador — agora reeleito — Romero Jucá (PMDB-RR). Próximo à produtora que fazia sua campanha, a PF apreendeu R$ 100 mil que foram jogados de um carro. Ao ser detido, um passageiro do veículo teria afirmado que o dinheiro seria do político — acusação não confirmada pela Polícia Federal.
A PF vai priorizar os estados onde haverá segundo turno para governador — Goiás, Rondônia, Paraíba, Piauí, Roraima, Pará, Amapá e Alagoas, além do Distrito Federal —, mas reforçará seu efetivo também nas grandes cidades onde ocorrerão eleições apenas para presidente da República. Como na primeira etapa do pleito, a corporação está fazendo um levantamento de regiões onde historicamente há grande ocorrência de crimes eleitorais, principalmente compra de votos, o delito de maior incidência no período. Além disso, a Polícia Federal vai esperar a definição dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) sobre os locais que necessitarão de reforço.
Cerca de 7 mil policiais — em torno de 60% do efetivo da corporação — atuaram no primeiro turno, mas, no dia 31, a PF deverá reduzir o número de agentes, embora não tenha divulgado o efetivo. Dias antes das eleições, o setor de inteligência será acionado para identificar pontos vulneráveis que possam ser explorados ilegalmente pelos candidatos. Desde janeiro deste ano, foram abertos mais de 2 mil procedimentos relacionados às eleições, sendo que 31 pessoas foram presas e outras 120, conduzidas às delegacias para serem interrogadas.
Parceria
Segundo o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a Polícia Federal tem sido parceira da Justiça não apenas no pleito atual, mas em outras ocasiões. “A corporação tem uma relação histórica com a Justiça, que não é específica para estas eleições”, afirmou o ministro. No primeiro turno, Barreto colocou à disposição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a Força Nacional de Segurança Pública, além da PF. Antes da primeira etapa do processo, o ministério e o TSE firmaram um acordo para melhor fiscalizar o pleito, incluindo mecanismos de controle dos gastos dos candidatos. Um dos objetivos do sistema é identificar crimes de lavagem de dinheiro.