PF tem homens suficientes

26 de fevereiro de 2008 13:33

Para o diretor-executivo da PF, delegado Romero Lucena de Menezes, o aumento na demanda de agentes para proteger os juízes é “natural”, pois surgiu “em razão da melhora da atuação da PF”, ou seja, do “boom” de operações contra o crime, que devem chegar a 200 neste ano. “Na medida em que acontecer este aumento, a PF estará pronta para dar a segurança necessária.”

A proteção dos juízes federais é feita pela PF a partir da comunicação de qualquer ameaça. Há casos em que é a própria PF que informa ao juiz que ele está sofrendo ameaças. Segundo Menezes, há duas frentes de atuação na proteção dos juízes. Primeiro, a providência imediata de equipes que ficam em tempo integral à disposição do magistrado. Essas equipes traçam um mapa dos riscos, tanto na residência do juiz, quanto em seus deslocamentos. E, ao mesmo tempo, a PF instaura uma investigação para verificar até que ponto a ameaça procede. Nos casos em que se verifica que a ameaça é real, a segurança é feita “até que cesse o motivo”. Já nos casos em que a PF verifica que a ameaça não procede, o magistrado é informado e a segurança é suspensa, após um acordo entre as partes.

“Hoje, temos algumas seguranças em andamento, e, em algumas delas, as investigações em torno da ameaça já foram encerradas”, diz o diretor executivo da PF. “Nós estamos dando conta tranqüilamente da demanda.”

No caso do juiz Odilon de Oliveira, uma equipe de agentes foi destacada para que ele pudesse participar da formatura do filho. Agentes participaram do evento disfarçados, com orientações especiais. Se o juiz se levantasse para dançar no salão de festas, agentes de segurança deveriam acompanhá-lo, evitando que “desconhecidos” se aproximassem.

Menezes acredita que o debate sobre a criação de uma Força Policial do Judiciário deve ser aprofundado no Congresso. “A criação de um corpo específico pelo Judiciário demandaria uma discussão maior, pois o que vejo é que a segurança de um magistrado não requer apenas a habilitação da segurança em si”, disse o delegado. “Requer um conhecimento maior dos fatos e dos riscos que cercam uma autoridade deste nível.”

O diretor-executivo apóia a criação de colegiados para julgar casos envolvendo o crime organizado. “Eu vejo com muito bons olhos essa idéia, até porque a própria PF já faz isso.” Em investigações de risco, a PF emprega mais de uma autoridade policial justamente para despersonalizar a apuração.