PF teme anulação da Operação Monte Carlo pela Justiça
Os delegados da Polícia Federal estão preocupados com as decisões do Judiciário que têm anulado provas obtidas por meio de interceptações telefônicas.
'As consequências são irreversíveis para as investigações', afirmou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro.
Segundo ele, entendimentos como o do desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, que deu voto contrário às escutas feitas na Operação Monte Carlo, colocam 'em risco a credibilidade do Estado, além de criar uma sensação de insegurança jurídica frente ao combate ao crime organizado no Brasil'.
Tourinho Neto votou pela anulação das escutas que envolvem o empresário Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes Torres (sem partido-Goiás) na Operação Monte Carlo, que investiga um esquema de jogo ilegal em Goiás, com pagamentos de propina a autoridades públicas e lavagem de dinheiro, além de intermediação de negócios de empresas privadas com o poder público.O julgamento será retomado nesta segunda-feira no TRF.
'Em que pese o respeito que merece o desembargador Tourinho Neto, a enfática defesa manifestada pelo magistrado em favor da anulação das provas obtidas na Operação Monte Carlo, bem como a celeridade de sua decisão em favor da liberdade de Cachoeira, sem ao menos aguardar o pronunciamento dos demais desembargadores do TRF, são atitudes que causam estranheza e contribuem para a imagem, cada vez mais recorrente, de tolerância por uma pequena parcela do Judiciário com a criminalidade organizada no país', disse Ribeiro.
Link: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/06/pf-teme-anulacao-da-operacao-monte-carlo-pela-justica.html