PF vai investigar se Maroni subornou major

11 de setembro de 2007 11:06

As suspeitas contra Maroni surgiram após o depoimento de uma ex-funcionária do Bahamas ao Ministério Público Estadual (MPE). Segundo ela, o empresário teria contratado uma falsa blitz por R$ 50 mil. O objetivo seria mostrar que no local funcionava um hotel – e não uma casa de prostituição. Lá dentro existe sexo sim. Mas, para ser casa de prostituição, as meninas têm de morar e serem exploradas, o que não acontece , rebateu. Minha boate existe há 27 anos e fui absolvido sete vezes pela Justiça.

Seguindo as pistas fornecidas pela testemunha, o promotor José Carlos Guillen Blat descobriu que os peritos vistoriaram apenas umas das suítes do Bahamas, cujo hóspede era Marcelo Xavier dos Reis, estagiário de uma revista publicada pelo empresário. A mulher que acusa Maroni diz ainda que, no dia da falsa blitz, todos os funcionários do Bahamas foram orientados a trazerem objetos pessoais, para eliminar qualquer vestígio de que a boate era usada como ponto de prostituição.

Os policiais do 27º Distrito Policial que investigavam as atividades do Bahamas teriam chegado ao local às 14 horas, de acordo com o depoimento de outro ex-funcionário. No boletim de ocorrência, no entanto, consta o horário de 21 horas, marcado à caneta. A mesma testemunha contou que um investigador chegou a pedir uma dose de uísque antes de inspecionar a boate. Para o promotor, há fortes indícios de favorecimento, corrupção ativa e passiva, fraude processual, falsidade ideológica e falsa perícia. São suspeitas graves que precisam ser investigadas , afirmou Blat.

Maroni diz que quem o acusa é uma ex-funcionária do Bahamas, demitida por justa causa em agosto de 2003. O empresário afirma que a mulher, que trabalhava no departamento pessoal de suas empresas, furtou documentos. Esses faziam parte do prontuário da funcionária. Na época, Maroni procurou o 27º DP, onde diz ter prestado queixa de furto. Ela disse que ia se vingar de mim , afirmou.

AERONÁUTICA

O empresário contou ainda que deu um cheque de R$ 10 mil a um major aposentado da Aeronáutica, conforme disse a testemunha à Promotoria. Mas, segundo Maroni, o dinheiro serviu para pagar um trabalho de consultoria prestada pela empresa do oficial.

Em seu depoimento ao MPE, a testemunha insinua que o valor serviu para ajudar na liberação do projeto do Oscar s Hotel. Blat quer saber se houve tráfico de influência.

CORREÇÃO

Ao contrário do que informou o Estado em sua edição de sábado, dia 8 de setembro,o advogado Daniel Stein não defende o empresário Oscar Maroni Filho