PF vão apurar suposta doação da Cisco ao PT

25 de outubro de 2007 10:47

Durante a investigação da Operação Persona, que apontou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, a Polícia Federal gravou conversas telefônicas entre empresários do setor de informática que relatam a suposta doação. Na semana passada, foram presas 42 pessoas acusadas de formação de quadrilha, sonegação fiscal, descaminho e corrupção de agentes públicos.

A PF investigou durante dois anos o suposto grupo criminoso, revelando um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos entre impostos não pagos e multas. Entre os envolvidos estão Carlos Canevali, fundador da Cisco do Brasil, e executivos da Mude Comércio e Serviços – Francisco Gondin, José Roberto Pernomian e Fernando Grecco -, acusada de ser a importadora oculta da Cisco.

Segundo apurou a reportagem, o relatório preparado pela PF informa que Grecco conversa com Pernomian, ambos da Mude, para acertarem valores e datas do negócio de Carlinhos Carnevali com um representante do PT. Em outro momento, a polícia relata um diálogo entre Carnevali e Gondin, em que este cita negócios entre o fundador da Cisco e a Caixa.

Em nota divulgada ontem, a Caixa Econômica Federal critica a reportagem da Folha de S.Paulo e afirma que não possui qualquer contrato com a Cisco.

Todos os equipamentos fabricados pela referida empresa foram adquiridos em licitações públicas, onde se assegura integral publicidade e transparência. Os vencedores dos últimos pregões, de 2000 a 2007, onde estão incluídos produtos da empresa em questão, foram as empresas Damovo, Conecta, CPM, Telefônica, Medidata e IBM.