Pistoleiro foragido é recapturado
A polícia procurava o ex-militar há quase um ano e chegou até Medeiros por meio de uma denúncia anônima. Entre os crimes pelos quais o ex-militar responde estão os assassinatos por encomenda do promotor de Justiça de Pernambuco Rossine Alves, do assessor parlamentar Cícero Belém, do policial civil Robson Rui, do motorista da Prefeitura de Satuba (AL) Carlos André e do líder comunitário Edvaldo Guilherme, o Baré-Cola.
Medeiros foi preso por agentes da PF e da Força Nacional. Ele estava com prisão decretada pelos juízes da 17ª Vara Criminal do Estado, que atuam em conjunto com promotores de Justiça do Grupo Estadual de Combate as Organizações Criminosas (Gecoc). Em depoimento ao delegado Daniel Coraça, Medeiros disse que, enquanto estava foragido, ficou em cidades do interior de Alagoas e Pernambuco. O ex-militar vinha sendo procurado pelo serviço de inteligência da PF desde junho de 2006, quando fugiu da carceragem da PF. Ele estava escondido no fundo falso de um armário no Condomínio Monte Belo, que fica atrás de um condomínio de luxo, onde residem políticos, juízes e desembargadores.
Segundo o delegado, o ex-sargento ocupa uma cela individual na carceragem da superintendência da PF, mas deverá ser transferido para um presídio militar ou uma penitenciária de segurança máxima. Medeiros é considerado um “arquivo vivo” e pode ajudar a polícia a desvendar vários crimes de mando em Alagoas e Pernambuco, com a participação de políticos e empresários dos dois Estados. A PF investiga a possibilidade da fuga dele ter sido financiada por políticos que fizeram uso dos seus “serviços de pistolagem”.
Medeiros protagonizou uma fuga espetacular. O ex-militar fugiu, junto com outros dois presos por um buraco no telhado do prédio, que teria sido aberto por integrantes da organização criminosa comandada pelo narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, que tinha acabado de passar uma temporada na carceragem da PF, em Maceió. Quando foi preso pela primeira vez, em meados de 2005, Medeiros ainda era sargento da PM, mas perdeu a farda em maio do ano seguinte.