Planalto propôs prorrogar por um ano apenas

13 de dezembro de 2007 09:47

Sem a certeza de que conseguiria aprovar a prorrogação da CPMF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou todas as negociações com o PSDB até a última hora. O Palácio do Planalto fez de tudo para retomar as negociações com os tucanos, o que levou integrantes do governo a tentarem mudar a posição da bancada do PSDB até o momento limite, quando a emenda já estava sendo discutida no plenário do Senado.
O Planalto recuperou até a proposta dos tucanos de só prorrogar a CPMF por um ano, aumentar o repasse para a saúde e, ao mesmo tempo, aprovar em 2008 uma reforma tributária. Não adiantou. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), já admitia que a situação estava difícil quando perguntado se não tinha uma carta na manga.
– Já dei a manga, já dei tudo. Estou só de camiseta. O governo respeita a democracia.
À tarde, uma nova manifestação de fragilidade foi dada: Jucá propôs à oposição que a Desvinculação de Receitas da União (DRU) fosse votada em separado da proposta de emenda que prorroga a CPMF. Sem sucesso. Logo depois da reunião da bancada do PSDB, o líder da bancada, Arthur Virgílio (AM), anunciou que o PSDB votaria unido contra a CPMF e também contra a aprovação da DRU.
Na sessão, o governo ganhou o voto de Osmar Dias (PDT-PR), providenciando um ofício assinado com o compromisso de reduzir a alíquota da CPMF, reduzir a incidência da DRU nas verbas da educação e conter gastos. Jucá chegou correndo ao plenário e entregou ao colega o ofício de duas páginas, assinado por ele e pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio, garantindo que o governo cumprirá suas exigências.