Polícia diz ter suspeito de participação na maior chacina do ano

18 de setembro de 2007 12:35

A polícia de Ribeirão Pires, no ABC, disse nesta segunda-feira (17) que tem um suspeito de participação na maior chacina do ano em São Paulo. Oito pessoas foram mortas no sábado (15) em um bar do município. Três pessoas continuam internadas, sendo uma em estado grave.

Quinze testemunhas já prestaram depoimento, inclusive as pessoas que estavam no bar no momento do crime. Dois dos três feridos foram ouvidos no hospital. Eles estão com escolta da polícia. A polícia tenta esclarecer o crime investigando quem era o alvo dos quatro criminosos que invadiram o local. Ninguém foi preso.

De acordo com o delegado Silvan Renosto, de Ribeirão Pires, o crime ocorreu por volta das 23h30 de sábado em um bar na Avenida Miro Atílio Peduce, número 238, no bairro Quarta Divisão. Quatro homens chegaram a pé ao bar invadiram o local usando “toucas ninjas” e dispararam.

Todas as pessoas atingidas eram homens com idades entre 17 e 42 anos. O adolescente chegou a ser socorrido, mas morreu na manhã deste domingo (16). Três sobreviventes estão em hospitais de Mauá, Santo André e Diadema. O delegado afirma que foram encontradas cápsulas de pistola 9 mm, arma de uso exclusivo das Forças Armadas.

A chacina em Ribeirão Pires foi a maior do ano no estado e a 22ª de 2007. No total, foram mortas 88 pessoas em São Paulo desde janeiro. Apenas na Capital, foram dez casos, com 41 mortos e oito feridos. O levantamento dos casos foi feito pela reportagem da TV Globo.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que não tem estatísticas atualizadas sobre este tipo de crime no estado. Nesta segunda-feira (17), a SSP informou que até setembro ocorreram 10 chacinas na Capital e, até julho, sete casos em cidades da região metropolitana. Em 2006, foram 39 chacinas com 136 mortos no estado.

Antes da chacina de Ribeirão Pires, a maior havia ocorrido no Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, em maio deste ano. Quatro homens em duas motos atiraram contra pessoas em uma praça, matando cinco homens e duas mulheres. Outras duas pessoas ficaram feridas. Um cabo da Polícia Militar foi preso acusado de comandar o crime.

Em outro caso, seis pessoas morreram no dia 29 de junho na entrada da favela do Morro do Piolho, na Vila Albertina, Zona Norte. Sete rapazes que conversavam junto a algumas motocicletas foram obrigados por um grupo a colocar as mãos para o alto. Os criminosos disparam contra todos, atingindo a maioria na cabeça. Apenas um sobreviveu.

Crimes pelo estado
Na Grande São Paulo, foram registrados oito casos, com 32 mortes e quatro pessoas feridas. A maior delas havia ocorrido em 25 de fevereiro no município de Mauá. Cinco pessoas – uma mulher de 20 anos, três homens entre 25 e 26 anos e um senhor de 62 anos – morreram na favela Kennedy.

Em maio, duas chacinas ocorridas com poucas horas de distância deixaram oito mortos no litoral. Três pessoas morreram e duas ficaram feridas em um bar de Santos, a 85 km de São Paulo. As vítimas tinham entre 18 e 29 anos. Em Praia Grande, os bandidos mataram cinco pessoas. Elas estavam lanchando em um trailer que estava estacionado no canteiro central de uma avenida.

Na semana passada, três pessoas da mesma família foram mortas em locais diferentes no interior do estado. O primeiro crime ocorreu no Jardim Santa Fé, em São José dos Campos, a 91 km de São Paulo. Uma mulher de 28 anos levou cinco tiros dentro do quintal de casa. Horas depois, a mãe da vítima foi assassinada – também com cinco tiros – no Parque Eldorado, em Caçapava, a 112 km de São Paulo. À meia-noite, em São José dos Campos, um parente das duas foi encontrado morto, com 15 tiros, em uma avenida do Jardim Morumbi.

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