Polícia Federal anuncia conclusão da investigação da tragédia de Mariana

10 de junho de 2016 15:35

O delegado federal Roger Lima de Moura, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico de Minas Gerais, informou, nesta quinta-feira (09), a conclusão do inquérito acerca do rompimento da barragem de Fundão em Mariana, na Região Central de Minas. O acidente resultou na contaminação do rio Doce, se estendendo até a costa do Espírito Santo. A Samarco, a Vale e a consultoria VogBR foram indiciadas pela PF sob a acusação de cometer crimes ambientais e danos ao patrimônio histórico e cultural.

A PF informou que as pessoas físicas acusadas são as mesmas indiciadas pela Polícia Civil de Minas Gerais e um gerente da Vale. "Não há uma causa única, é uma soma de fatores que vão se acumulando para acontecer essa tragédia que aconteceu", explica o delegado Roger Lima de Moura. A investigação aponta diversos fatores por trás do rompimento da barragem.

Não foi feito pedido de prisão preventiva dos suspeitos por não oferecerem risco de fuga, além de terem cooperado com a apresentação de documentos, quando requisitados. Ainda de acordo com Moura, a Samarco conhecia o risco e optou pelo lucro em detrimento da segurança, além de terem omitido o perigo que corria a comunidade de Bento Rodrigues. “Tem nos autos que eles pensaram em comprar Bento Rodrigues”, afirma.

"Os crimes que já estavam sendo apurados anteriormente foram confirmados e agora com as provas mais robustas de que a barragem de Fundão estava sendo utilizada de uma forma inadequada, acima da sua capacidade. Ela apresentava problemas desde sua construção, com utilização de material de baixa qualidade. Depois, modificações sem projeto, problemas de drenagem, problemas com recuo da ombreira esquerda do eixo da barragem, em que se invadiu uma área que não era firme o suficiente”, elencou o delegado.

Em janeiro, a Samarco, sua subsidiária a Vale e a VogBR, responsável pela declaração de estabilidade da barragem já haviam sido indiciadas, além de sete executivos e técnicos, dentre os quais o diretor-presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi.

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