Polícia Federal confirma operação Lava Jato em Joaçaba (SC)
A 22ª fase da Operação Lava Jato está sendo deflagrada nesta manhã, 27, através da Superintendência da Polícia Federal De Curitiba. Em Joaçaba os mandados foram cumpridos com o apoio da delegacia Regional da Polícia Federal de Chapecó. A informação é que ninguém foi preso na cidade.
A operação é conjunta e além de Joaçaba, acontece simultaneamente nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo, todas no estado de São Paulo. Serão cumpridos 23 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária, 15 mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
Nossa equipe conversou com a Delegacia da Polícia Federal em Chapecó, fomos informados que o delegado regional Alexandre de Andrade Silva, que esteve em Joaçaba realizando a operação, não irá se pronunciar à imprensa. Maiores informações foram repassadas através da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba numa entrevista coletiva.
Nomes e trabalho em Joaçaba
Em entrevista coletiva que aconteceu por volta das 10h desta manhã em Curitiba, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima falou sobre a operação.
Ele disse que em Joaçaba a Polícia Federal realizou buscas na casa de uma mulher que seria parente da dona do apartamento investigado pela 22ª fase da Operação Lava-Jato em Guarujá, no litoral paulista. Mas a PF afirmou que as buscas “não surtiram o efeito esperado” na região. O nome da pessoa investigada e o endereço não foram informados pela PF.
Ele forneceu os nomes das pessoas detidas: Ricardo Honório Neto, Renata Pereira Brito e a publicitária Nelci Warken, que prestou serviços de marketing à Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) foram presos. Eliana Pinheiro de Freitas e Rodrigo Andres Cuesta Hernandez: condução coercitiva. Luis Fernando Hernandez Rivero, que tem mandato de prisão, não foi localizado.
Entenda a operação
Segundo o site da Revista Veja, na 22ª fase da Lava Jato batizada de Triplo X, estão sendo apurados, entre outros, crimes como corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A nova fase mira atividades criminosas da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, e a estratégia da construtora OAS de utilizar imóveis como método para despistar o pagamento de propina. A Bancoop foi presidida pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso e já condenado a mais de 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro por atuar como cobrador e coletor de propina do petrolão.
Segundo a Polícia Federal, as investigações da Triplo X mostram que empresas offshores e contas no exterior eram usadas para ocultar o produto de crimes cometidos contra os cofres da Petrobras. A investida policial ocorre também contra a empreiteira OAS, suspeita de ocultar o patrimônio em empreendimentos imobiliários para camuflar o pagamento de propina. Os executivos da OAS já foram condenados por Moro, incluindo o então presidente Leo Pinheiro, penalizado com 16 anos e quatro meses de prisão.
Um dos principais alvos desta etapa é a offshore Murray, criada pela empresa Mossack Fonseca no Panamá para supostamente ocultar os verdadeiros donos de um tríplex no Guarujá (SP) no mesmo condomínio em que a OAS reservou um apartamento ao ex-presidente Lula. As atividades da OAS e o estreito relacionamento da empreiteira com próceres do PT, em especial o ex-presidente, estão há tempos na mira da Promotoria de Justiça de São Paulo.
A operação Lava Jato é a maior operação contra corrupção já deflagrada no Brasil, teve início com a investigação de doleiros que atuavam em vários estados descobrindo um grande esquema de corrupção na empresa Petrobras, na qual políticos de vários partidos e grandes empreiteiras estavam envolvidos.
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