Polícia Federal: Convênio com países da fronteira tem evitado consumo de drogas

15 de julho de 2010 09:53

Acordo com o Paraguai permitiu a erradicação, em 2009, de 1 mil hectares de maconha plantados naquele país, o que significaria um consumo de 2.500 toneladas da droga no Brasil.O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, explicou em audiência pública nesta quarta-feira, 14,  na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que acordos de cooperação com países fronteiriços têm evitado o consumo de drogas no Brasil.

Na audiência pública que discutiu políticas de combate às drogas, ele citou como exemplo o acordo com o Paraguai que permitiu a erradicação, em 2009, de 1 mil hectares de maconha plantados naquele país: “Isso significaria um consumo de 2.500 toneladas no Brasil.”Luiz Fernando Corrêa explicou que a ação da PF no combate às drogas é baseada nos critérios de presença física dos policiais nas áreas de fronteiras; cooperação com países vizinhos; e uso da tecnologia no monitoramento do trânsito de pessoas, veículos e embarcações. 

Na cooperação com países da fronteira, o diretor esclareceu que há um acordo específico para cada país. “Um dos primeiros acordos foi com o Paraguai, porque 80% da maconha produzida naquele país são dirigidos ao Brasil. Por isso, o problema diz respeito também ao Brasil.”Luiz Fernando acrescentou que o Brasil está subsidiando custos de combustível, por exemplo, para erradicar a maconha no território paraguaio, o que afeta a produção. O diretor da PF ainda ressaltou os problemas culturais na América do Sul, a exemplo da Bolívia, onde a folha de coca é sagrada. “Eles têm política própria de erradicação, que é observada pela comunidade internacional.”

Captura de traficantes
Além da erradicação, o diretor destacou que a Polícia Federal está capacitando polícias dos países vizinhos. Os acordos preveem o estabelecimento de ações ofensivas e capturas de criminosos. Dos cinco traficantes mais procurados no Paraguai, três já estão presos. Luiz Fernando acrescentou que esse mesmo modelo está sendo implantado com Peru, Bolívia e Colômbia.

O diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Roberto Troncon Cicilliati Filho, destacou a necessidade de intensificar as operações de combate às organizações criminosas. “O foco é identificar as organizações em toda sua extensão, inclusive os líderes, para fazer interdições pontuais, levantar o patrimônio e, finalmente, deflagar a operação.”O objetivo dessas operações é confiscar os bens, de modo a levar a organização criminosa à bancarrota, explicou Cicilliati Filho.

Investimento em tecnologia
Cicilliati Filho ainda assinalou a importância do investimento em tecnologia no combate ao crime organizado na fronteira do Brasil.
O diretor informou que existe um projeto para implantação, até 2014, de cinco bases de controle de fronteira que vão utilizar, cada uma, três aeronaves não tripuladas. As aeronaves têm 16 metros de envergadura e capacidade de seis horas de voo sem reabastecer. O custo total do projeto é de 348 milhões de dólares (cerca de R$ 600 milhões). O projeto está em fase de implantação e a primeira aeronave passará a operar definitivamente neste segundo semestre.

Fonte: Agência Câmara