Polícia Federal estratégica
Quem não sabe aonde quer chegar, corre o risco de não ir a lugar algum. Com o planejamento estratégico, a organização visualiza sua condição atual e projeta seu futuro em determinado prazo. Com esse processo, que contempla a análise de cenários internos e externos, a organização estabelece o que deve executar e de que maneira para atingir os objetivos fixados. É o que a Polícia Federal vem tentando fazer desde 2001.
Para dar os primeiros passos na área, a corporação contou com a ajuda de uma consultoria externa. Foram realizados encontros, estudos, oficinas e reuniões que resultaram num plano. Na versão atual, o Plano Estratégico da PF avaliou os cenários possíveis de ocorrer até o ano de 2022. Cotidianamente, os cenários são atualizados e a estratégia da organização é readequada. Além disso, foram mapeados os macroprocessos prioritários e formulados os projetos estratégicos.
Com o plano em mãos, era preciso uma unidade para acompanhar e estimular o seu cumprimento. Foi assim que nasceram, inicialmente, os Escritórios de Gestão de Projetos
Estratégicos e de Gestão de Processos, vinculados à direção-geral. Com o tempo, a PF percebeu que essas áreas precisavam caminhar juntas. Surgiu então o Centro Integrado de Gestão Estratégica (CIGE), composto pelo Escritório de Planejamento Estratégico, que coordena a elaboração, o monitoramento e a atualização do plano, e pelos Escritórios de Gestão de Projetos e de Processos, que orientam a execução.
À frente do CIGE desde dezembro de 2010, o delegado Hugo de Barros Correia sabe que “uma portaria não vai fazer com que a Polícia Federal trabalhe com planejamento estratégico, gestão de processos e projetos” da noite para o dia. Para isso ocorrer, é preciso mudar a cultura organizacional, o que leva tempo.
Gradativamente, a metodologia de mapeamento de processos e da gestão de projetos tem sido assimilada na instituição. O método foi consolidado num manual e foi criado um sistema informatizado para monitorar e acompanhar os projetos. “Gerir projetos e processos não é nenhuma inovação; a PF sempre fez isso. A inovação está na criação de um método próprio, que pode ser documentado e deixar lições”, afirma Correia.
|LIÇÕES. De acordo com o coordenador do CIGE, o planejamento estratégico traz três grandes contribuições: cria ambiente propício ao planejamento; promove o registro de lições aprendidas e a disseminação de boas práticas.
Para disseminar a cultura de planejamento estratégico, a PF avança na capacitação de servidores e na criação de escritórios setoriais de gestão de projetos e processos. “Afinal, quem está no serviço público sabe que precisa gerir recursos escassos. Nesse sentido, cabe ao CIGE apoiar a administração na definição de prioridades”, afirmou Correia.
O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes. Quem vê o trabalho da Polícia Federal, não imagina que, por trás das ações exitosas, há toda uma etapa de planejamento, que exige tempo e dedicação.
Prospectando cenários futuros e se antecipando, a Polícia Federal tem mais chances de continuar no caminho certo.