Polícia Federal indicia lobista e executivos de 12 empreiteiras

10 de dezembro de 2014 14:54

Escândalo na Petrobras

 

A Polícia Federal indiciou 12 executivos de empreiteiras e um lobista suspeitos de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.

 

Entre eles estão o presidente da Construtora OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, 63, o vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes, 58, e o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho, 66.

 

A PF disse ter identificado cinco crimes, incluindo fraude a licitações, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

 

Além dos executivos, o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, 47 –conhecido como Fernando Baiano–, foi indiciado sob suspeita de ter cometido quatro crimes, dentre os quais corrupção ativa.

 

O indiciamento policial não significa culpa. A denúncia cabe ao Ministério Público, que pode acompanhar ou não as conclusões da polícia. Se condenados, os suspeitos podem pegar até 31 anos de prisão, mais multa.

 

Além dos indiciamentos, a delegada da PF Erika Mialik Marena entregou os relatórios finais referentes a quatro inquéritos que trataram de Fernando Baiano e das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior. Outros inquéritos deverão ser concluídos pela PF nos próximos dias, com novos indiciamentos.

 

Segundo a delegada da PF, Fernando Baiano operou no esquema de recebimento de valores de propina, e posterior lavagem, para propiciar a empresas facilidades em sua contratação na Diretoria Internacional da Petrobras.

 

No documento sobre a OAS, de apenas cinco páginas, a delegada mencionou a exiguidade do tempo que, segundo ela, tornou impossível apresentar relatório de análise da documentação apreendida em residências dos executivos e escritórios da empreiteira OAS.

 

Sobre o material apreendido, Marena destacou a vasta lista de pessoas que a OAS procurava agradar com presentes e lembranças de aniversário, notadamente políticos e servidores públicos e da estatal Petrobras.

 

A Folha revelou na sexta-feira (5) que a Polícia Federal havia apreendido as listas de presentes.

 

Na OAS, além de Aldemário, a delegada indiciou Agenor Medeiros, 66, diretor-presidente da Área Internacional, José Ricardo Nogueira Breghirolli, 35, Alexandre Portela Barbosa, 29, e Mateus Coutinho Sá Oliveira, 36, diretor financeiro da empreiteira.

 

Em relação à Galvão Engenharia, foi indiciado Erton Medeiros Fonseca, 54, diretor-presidente de engenharia. Na Queiroz Galvão, além de Ildefonso, foi indiciado Othon Zanoide de Moraes Filho, 55, ex-diretor.

 

No caso da Mendes Júnior, além de Cunha Mendes, foram indiciados Angelo Alves Mendes, 56, vice-presidente de assuntos corporativos, Flávio Sá Motta Pinheiro, 55, gerente financeiro, e Rogério Cunha de Oliveira, 56, diretor de Óleo e Gás da empreiteira.

 

Procuradas pela Folha , as assessorias da OAS e Queiroz Galvão não haviam se manifestado até a conclusão desta edição. A Galvão Engenharia informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

 

O advogado da Mendes Júnior, Marcelo Leonardo, disse que indiciamento da PF é providência rotineira .