Polícia tem nomes de quatro suspeitos

24 de setembro de 2007 10:53

Brasília – A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já tem o nome dos quatro envolvidos no atentado contra o jornalista do Estado de Minas Amaury Ribeiro Júnior, ocorrido na quarta-feira, em um bar da Cidade Ocidental. Nesse fim de semana, agentes da PCDF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos. O resultado da operação não foi divulgado para não atrapalhar as investigações. Segundo os agentes, um jovem de 19 anos foi o autor dos disparos, enquanto outros três lhe davam cobertura. Para a polícia brasiliense, os quatro podem não estar mais na região. Por isso, a Divisão de Inteligência (Dipo) investiga o paradeiro do autor dos disparos e dos cúmplices em outros estados.

A atuação dos policiais do DF restringe-se a colaborar com a dos pares goianos, já que o crime aconteceu no estado vizinho. Isso proíbe a instauração de inquérito pela polícia do DF. O caso está sendo apurado pelo titular da 5ª Regional (Luziânia), delegado José Luiz Martins Araújo. Ele não confirma a tese da PCDF de que são quatro suspeitos, nem as buscas feitas na casa deles, na madrugada de sábado. Mas garante que o atirador não estava sozinho. “Testemunhas disseram que, assim que o rapaz fugiu do bar, outras pessoas o acompanhavam”, afirmou Martins.

O delegado trabalha com várias linhas de investigação, entre elas a de atentado. Não descartamos a hipótese do assalto frustrado. Tudo tem de ser investigado. Somente com a prisão do autor é que as circunstâncias e a motivação do crime será elucidado , disse. Segundo Martins, a prisão dos responsáveis pode acontecer a qualquer momento.

CERCO Apesar de ninguém ter sido preso, a movimentação no município goiano foi intenso ontem. Cerca de 20 policiais civis do DF e de GO circulavam à paisana pela cidade em 10 carros descaracterizados. A determinação é de que os agentes não saiam da cidade, enquanto os suspeitos não forem presos , afirmou o delegado, a respeito dos agentes goianos que vieram de outras cidades, como Luziânia e Formosa, para auxiliar nas investigações do caso.

Paralelamente às polícias civis, a Polícia Federal investiga o caso com enfoque no tráfico de drogas. Mesmo assim, os agentes federais foram no último sábado fazer a perícia no bar onde o repórter sofreu o atentado. Entretanto, a cena do crime estava modificada. Os buracos deixados nas paredes pelos disparos do atirador foram tapados com cimento. Eles recolheram então a camisa e os sapatos do jornalista, que haviam sido lavados e guardados pela dona do estabelecimento.

Os objetos serão analisados por peritos do Instituto Nacional de Criminalísica. Na sexta-feira, eles recolheram material genético das unhas de Amaury como houve luta corporal antes dos disparos, é possível que existam traços de DNA do agressor.

No sábado e na madrugada de domingo, policiais civis e militares patrulharam a Cidade Ocidental à procura de indícios do criminoso. Foram revistadas 111 pessoas, que não portavam armas ou drogas. Sete bares foram vistoriados e seis deles acabaram interditados por falta de alvarás de funcionamento.

“A determinação é de que os agentes não saiam da cidade, enquanto os suspeitos não forem presos”

José Luiz Martins Araújo, delegado da 5ª Regional (Luziânia)