Policiais civis roubaram de traficantes

4 de outubro de 2007 09:50

Em vez de prender um dos maiores traficantes de drogas no mundo, os policiais achacaram integrantes do bando. A suspeita é de que, para levar mais de US$ 2 milhões dos bandidos, eles utilizaram até escutas clandestinas.

As acusações colhidas pela PF estão agora com o Ministério Público Estadual e a Corregedoria da Polícia Civil – até agora, o órgão não afastou nenhum suspeito de extorsões, mas prometeu punição severa aos responsáveis. Comparsas de Abadía disseram à PF que entre as vítimas está o foragido Henri Edival Lagos, o Primo, indiciado pela Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Detido pelos policiais, Primo teria sido seqüestrado e espancado até pagar US$ 400 mil.

Em outra ocasião, um veículo da polícia e dois carros descaracterizados abordaram dois integrantes da quadrilha. Nessa ocasião, os policiais demonstraram saber com quem estavam lidando: descreveram as atividades da quadrilha e detalharam a utilização pelos bandidos de um hangar no Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, para traficar drogas e transportar valores.

Diretor da corregedoria lamenta acusações

Os policiais exigiram R$ 1 milhão para soltar os dois traficantes, furtaram R$ 85 mil que os dois levavam e soltaram um deles, encarregado de buscar mais dinheiro com outro estrangeiro da quadrilha, Frank Zambrano, o Índio. Nessa emboscada, os policiais do Denarc conseguiram levar US$ 220 mil do grupo de Abadia.

O diretor-geral da Corregedoria da Polícia Civil, Francisco de Souza Campos, considerou “lamentáveis” e “extremamente graves” as denúncias colhidas com cúmplices de Abadía. Campos confirmou a convocação dos delegados Pedro Pórrio e Irany Guedes Barros, dois dos suspeitos de comandar achaques.

– A partir do momento em que for apurada a responsabilidade eles serão punidos.

Abadía depôs ontem na 6ª Vara Criminal Federal, e negou as denúncias de corrupção de policiais.

Veja mais em Notícias desta quinta.