Pólo de informática de Ilhéus teme prejuízos por operação

19 de outubro de 2007 08:30

Em agosto de 2006, a Operação Dilúvio, deflagrada pela Polícia Federal, tinha como alvos quatro empresas do pólo, entre outras no Brasil. Na última terça-feira, durante a Operação Persona, também da PF, outras 14 indústrias da área estavam entre as citadas em investigações sobre fraudes. Três empresários teriam sido presos em Ilhéus – a PF não confirma a informação.

O estrago já está feito, garante o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna (Sinec), Gentil Pires Filho. Eu mesmo, que sempre zelei pela minha imagem, tive meu nome arrolado entre os presos da operação, sendo que nem abordado eu fui.

De acordo com ele, seria irresponsável calcular o prejuízo financeiro que as seguidas operações da PF no local podem causar. O impacto para a imagem, porém, é o pior do mundo. Mesmo que a empresa mais idônea do planeta esteja instalada aqui, acaba tendo sua imagem arranhada simplesmente por pertencer ao pólo. Segundo Pires Filho, o pólo responde pela produção de 1,5 milhão de computadores por ano, cerca de 20% da produção formal de aparelhos no País. Temos diversos clientes que, por motivos óbvios, não querem ter seus nomes associados a fraudes, por isso o prejuízo tende a ser grande. Apesar disso, ele diz não saber de empresas que tenham manifestado interesse de deixar o pólo.

Entre as fabricantes instaladas na região estão a Bitway, a Brastec, a Leader Tech, a Login, a Novadata e a Prolan. A Positivo Informática, maior fabricante de PCs do País, anunciou esta semana a compra de uma fábrica de monitores com tela de cristal líquido da Waytec, em Ilhéus, por R$ 8,1 milhões. Segundo dados do Secretaria da Fazenda do Estado, o pólo – criado em 1995, no meio da crise da produção cacaueira, como alternativa de atração de investimentos – faturou, em 2006, R$ 1,97 bilhão. A previsão é de aumento de 15% este ano.