Presidente da ADPF aborda a valorização da Polícia Federal em evento do Fonacate
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, esteve presente nesta terça-feira (24) na 8ª Conferência Nacional das Carreiras de Estado, onde mediou a palestra magna proferida pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia. O evento, realizado em Brasília-DF e organizado pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), teve como tema central a democracia e sustentabilidade na era digital.
Autoridades como a deputada federal, Erika Kokay (PT/DF); o presidente do Fonacate, Rudinei Marques; a presidente da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), Rivana Ricarte; e os vice-presidentes do Fonacate, Elizabeth Hernandes, Fábio Faiad e Rodrigo Spada, também estavam presentes no encontro.
O evento que reúne representantes de associações, sindicatos e servidores públicos, defende a valorização das carreiras típicas de Estado.
Logo no início, o presidente do Fórum destacou as reformas previdenciárias e, mais recentemente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, referente à reforma administrativa, que foi suspensa na agenda do Legislativo após mobilização comandada pelo Fonacate.
Rudinei Marques também citou a necessidade das entidades de classe e do setor público abraçarem as pautas emergenciais no cenário global, como a sustentabilidade. Segundo ele, é fundamental pensar em alternativas para salvar um planeta que enfrenta mudanças climáticas. Outro ponto observado foi a urgência de se abordar desigualdade econômica e social no país, que, segundo ele, é dever do serviço público.
O combate à desinformação para a proteção da Democracia também foi destaque no debate.
Erika Kokay mencionou a importância do fortalecimento das entidades que representam servidores para a continuidade de um diálogo com o Estado. Ela também falou sobre as greves realizadas pelas categorias em busca de negociações, enfatizando que essa realidade precisa ser alterada e incorporada ao arcabouço legal.
A deputada destacou a necessidade de se estabelecer mecanismos que promovam o bem-estar no ambiente de trabalho.
O presidente da ADPF citou a criação de duas novas diretorias na atual gestão: a Diretoria de Combate aos Crimes Cibernéticos e a Diretoria da Amazônia, que desempenha um papel fundamental no enfrentamento de crimes ambientais. Mencionou ainda a criação do Plano AMAS – Amazônia: Segurança e Soberania – durante a gestão de Flávio Dino, quando ele era ministro da Justiça e Segurança Pública.
Luciano Leiro também enfatizou a importância de se acompanhar a era digital, citando o Simpósio Internacional de Segurança promovido há sete anos pela ADPF, com o intuito de trazer o que há de mais moderno em tecnologia no Brasil e no mundo para a atuação da segurança pública no combate aos crimes.
O ministro do TCU, Antonio Anastasia, iniciou a palestra magna propondo reflexões sobre os obstáculos para o avanço do Estado no atendimento à crescente demanda popular. Para ele, estabelecer uma cultura de planejamento estratégico, criar um ambiente com maior segurança jurídica e aprimorar o desenho institucional da nossa federação são passos fundamentais para um serviço público de melhor qualidade.
Anastasia afirma que existem ainda muitos desafios a serem enfrentados pelo Brasil e acredita na capacidade do país em lidar com todos eles. Para ele, é necessário, “colocar a Administração Pública como elemento primordial no debate sobre o futuro do Estado e no centro das preocupações”, apostando em pessoas preparadas, qualificadas, reconhecidas, bem remuneradas, mas também bem cobradas e bem avaliadas.
Leiro encerrou a palestra destacando a importância do cuidado com a saúde mental dos servidores e mencionou que a Polícia Federal apresenta altos índices de suicídio e afastamento do trabalho por problemas psicológicos. Segundo ele, “isso tudo dificulta a prestação de um serviço de qualidade”.
Ele também expressou sua preocupação com os cortes realizados este ano pelo Governo Federal no orçamento da PF, o que resultou na falta de verba suficiente para as diárias dos policiais, afetando assim algumas operações da Polícia Federal. Citou ainda o não pagamento da indenização do sobreaviso e como isso prejudica uma prestação de serviço com maior qualidade.
Por fim, o presidente da ADPF ressaltou como a Polícia Federal também gera recursos financeiros para o Estado com a atuação de seus policiais, enfatizando que não existe gasto, mas sim investimento, com retorno.