Presidente da ADPF participa de manifestação em São Paulo

27 de maio de 2013 14:05

Nesta quinta-feira, 23, a Adpesp promoveu a Primeira Grande Vigília pela Segurança Pública, um manifesto de reivindicação e protesto. O evento, realizado no Largo São Francisco, contou com a presença de centenas de Delegados de Polícia, que juntos representaram mais de 50 Seccionais de Polícia. Diversos segmentos da sociedade também se fizeram presentes, como políticos, representantes do Sindicato dos escrivães, do Sindicato dos investigadores, da Associação por um Belém Melhor e da Associação Justiça é o que se busca, do sindicato de bares, hotéis e restaurantes, entre outros.
 
Por volta das 12h30, a presidente da Adpesp, Dra. Marilda Pansonato Pinheiro, inaugurou os trabalhos após a execução do hino nacional com uma alusão ao mote da campanha. “Nós precisamos reagir! Não é possível que a sociedade esteja tão acomodada assistindo o que está acontecendo em São Paulo”, disse, com indignação, a presidente. Pinheiro aproveitou também para agradecer a presença de todos, inclusive dos Delegados de Polícia que viajaram centenas de quilômetros para prestigiarem o ato, e antes de passar a palavra, frisou que a falta de investimento na polícia reflete diretamente no crescimento da criminalidade.
 
Outros presentes realizaram discursos extremamente relevantes. O Deputado Estadual, Major Olímpio Gomes, por exemplo, pediu um basta ao que está acontecendo na Segurança Pública em São Paulo, em especial nas Polícias. “Ontem eu vi lamentavelmente o Governador e o Secretário da ‘Insegurança’ Pública anunciarem um pacote de incompetências, que não significa nada! O governo fecha os olhos, finge que nada acontece e mente para a opinião pública com essas medidas absurdas”.
 
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, João Rebouças, por sua vez, alertou para os problemas estruturais que o estado de São Paulo enfrenta. “Não temos policiais o suficiente, não temos delegados no interior”, disse Rebouças, frisando que hoje em dia o policial sai de casa com medo de nunca mais voltar. ”Estamos encurralados pelo crime que se organizou e, através desse governo, a segurança está desorganizada”.
 
Um dos grandes nomes da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Dr. Abrahão José Kfouri, também fez duras críticas às novas medidas anunciadas pelo governo nesta quarta-feira. “Esse programa é uma piada! Quem sabe o próximo governo sinta o clamor da população para que venha dar a Polícia Civil o quanto ela realmente merece”, bradou o ex-Delegado Geral de Polícia e ex-presidente da Adpesp.
 
O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Dr. Marcos Leôncio, pediu consciência ao governo estadual e chamou atenção para a questão da impunidade: “No Brasil, há direitos humanos para criminosos e não há direitos humanos para as vítimas”. O Deputado Estadual Carlos Gianazi, o presidente do Sindicato dos Escrivães, João Xavier Fernandes e o Delegado de Polícia e Vereador em Ribeirão Preto, Dr. Samuel Zanferdini foram outras personalidades que arrancaram aplausos dos presentes com suas palavras.
 
Houve espaço também para uma sátira, realizada pela Companhia artística Rococó, ironizando as novas medidas anunciadas pelo governo. Em seguida, as vítimas recentes que sofreram com a criminalidade em São Paulo foram homenageadas em cartazes, e todos fizeram um minuto de silêncio. As Associações também tiveram seus espaços. A presidente da ONG Justiça é o que se busca, Sandra Domingues, lamentou o fato de hoje tudo ser em benefício dos criminosos.
 
Finalizando, a presidente da Adpesp reiterou o caráter apartidário da manifestação e reforçou os objetivos da classe. “Temos uma política institucional. Não aceitamos nada diferente de um projeto de lei que tragam uma valorização digna a todos nós”, disse Dra. Marilda, enfatizando que, se preciso for, após cinco anos, a Polícia Civil avançará novamente em direção ao Palácio dos Bandeirantes. “Vamos à luta”.