Quando guardador vira manobrista
– Trabalho aqui há 16 anos e nunca tive problema. Tenho clientes fixos, gente que vem todo fim de semana. Mas, há seis meses, não tenho mais vaga para todo mundo – reclama Luis, que chega a ficar com as chaves de alguns carros.
– Fico fazendo um trabalho que não é meu. As pessoas que me conhecem deixam as chaves comigo para eu estacionar. É um trabalho cansativo, fico correndo de um lado a outro.
Um dos que conta com o serviço extra do guardador é o administrador de obras Marcos Bailey, 47.
– Essa confusão é um reflexo da corrupção, da roubalheira. Agora, todo mundo que vai ao Corcovado pára aqui embaixo. Um absurdo.
O acesso de veículos ao Cristo Redentor está proibido desde maio, quando a Polícia Federal e o Ibama deflagraram uma operação que prendeu 22 pessoas. O grupo é acusado de desviar R$ 10 milhões da bilheteria do Cristo nos últimos dois anos.