Resenha Folha de S. Paulo – 13/12

13 de dezembro de 2007 09:12

– Governo perde; Senado veta CPMF
Após mais de sete horas de sessão no Senado, o Planalto foi derrotado na votação da emenda que visava prorrogar a CPMF até 2011. Foram 45 votos pela extensão da CPMF e 34 contra. Era necessário o voto favorável de 49 senadores, três quintos da Casa, para aprová-la. A prorrogação da DRU, que permite ao governo federal o manuseio livre de parte das receitas da União, passou.

– Numa eleição com resultado previsível e sem adversários, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) foi escolhido ontem presidente do Senado, em substituição ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para um mandato tampão de um ano. Foram 68 votos a favor da sua indicação, 8 contra e 2 abstenções. A eleição foi o último capítulo da crise envolvendo o Senado, que culminou na renúncia de Renan para escapar de processo de cassação. Em discurso, Garibaldi atribuiu sua vitória às “articulações” de José Sarney (PMDB-AP), um dos principais aliados do governo, a quem disse ter se tornado “credor”. Mas ponderou que vai atuar com independência em relação ao Planalto.

– Sustentado por recordes históricos nos investimentos do setor produtivo e no consumo das famílias, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 5,7% no terceiro trimestre ante mesmo período de 2006. Foi o maior crescimento nessa comparação em três anos e o 23º trimestre de alta consecutiva. O resultado ficou acima das previsões dos economistas, que já elevam suas previsões para o PIB do ano e mesmo para 2008. Em relação ao segundo trimestre, o crescimento do PIB foi de 1,7%. Em valores, somou R$ 645,2 bilhões no trimestre. O resultado praticamente assegura um crescimento da economia brasileira de 5% em 2007. Ele pode ser ainda maior caso o PIB mantenha a atual trajetória no último trimestre. Bastará um crescimento de 4,3% no último trimestre (o período mais “quente” do ano) para o PIB atingir 5%.

– Os números do PIB divulgados pelo IBGE confirmaram a boa fase da economia brasileira e trouxeram surpresas. A boa notícia é que o PIB cresceu bem acima do que esperava o mercado. Essa também é a má notícia. Nos acumulados do ano e em quatro trimestres, o PIB cresceu dois pontos percentuais a mais do que um ano antes, o que, com a forte expansão da indústria em outubro, consolida a expectativa de que feche o ano com aumento de 5% ou um pouco mais. Esse bom resultado é ainda mais alvissareiro pois vem com uma grande ampliação nos investimentos, que subiram 14% em um ano e 26% na comparação com o terceiro trimestre de 2005. (…)O que causa preocupação no resultado do PIB é o risco de que a expansão muito acelerada da demanda agregada pressione os preços antes que os novos investimentos sejam capazes de viabilizar a necessária elevação da capacidade de produção. Na comparação com o trimestre anterior, com ajuste sazonal, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 7%, um ritmo que a economia brasileira ainda não tem condição de sustentar.

– O Brasil apresentou ontem seu primeiro esboço de meta interna contra o aquecimento global. Um fundo a ser lançado pelo governo no primeiro trimestre do ano que vem propõe aumentar os recursos para o combate ao desmatamento sempre que o país demonstrar ter reduzido a taxa de perda de floresta abaixo de um patamar. Para os próximos cinco anos, esse patamar será de 19.500 km2, a média do desmatamento na Amazônia entre 1996 e 2005. Este é o objetivo -ou meta- nacional de redução de desmatamento, a ser revisado a cada cinco anos e reduzido para valores mais baixos caso as políticas surtam efeito.