Resenha Gazeta Mercantil – 12/12

12 de dezembro de 2007 09:35

– Forte taxa de investimento anima indústria para 2008
Os números do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje, deverão confirmar o forte aquecimento da economia. Pela segunda vez consecutiva, os investimentos poderão revelar expansão de dois dígitos – em torno de 13% -, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em relação a igual período de 2006, mesmo percentual registrado na comparação entre o segundo trimestre de 2007 e o de 2006.
A taxa reflete a corrida das empresas para investir em ampliação de suas instalações e o aquecido consumo das famílias, essa última uma outra componente do PIB que deverá exibir forte performance hoje.
O desempenho do PIB no terceiro trimestre de 2007 sinaliza as boas perspectivas para 2008, reveladas pelos dados do BNDES divulgados ontem. Para o próximo ano, o banco estima desembolsar R$ 70 bilhões. Um alívio para o uso da capacidade instalada, hoje operando no máximo.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, o crescimento do PIB este ano deve ficar em 4,8%, ou “um pouco acima disso”, disse. “Foi um ano positivo para a indústria. Poucos setores não puderam acompanhar o crescimento.”

– No início da tarde de ontem, o Palácio do Planalto começou a disparar telefonemas para a bancada do governo no Senado, pedindo para que os parlamentares ficassem de prontidão no plenário da Casa, à espera de uma possível ordem para votar a Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a CPMF até 2011. O alerta foi dado enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e líderes aliados no Senado articulavam negociações pelos votos de dois senadores da oposição. A estratégia foi em vão. Sem votos, a decisão acabou adiada para hoje.

– O Ministério da Previdência e a Febraban vão formar um grupo de trabalho para discutir o pedido do governo de cobrar para que os bancos possam fazer pagamentos do INSS a aposentados e pensionistas.

– O mercado de seguros está mobilizado para emitir as garantias necessárias para que a construção da hidrelétrica Santo Antonio, no rio Madeira, tenha risco próximo a zero. A previsão é de que o gasto com seguro-garantia para assegurar o cumprimento dos contratos entre as várias empresas envolvidas e apólices que envolvem os riscos de construção absorva cerca de R$ 350 milhões, 3,5% do investimento do empreendimento, estimado em R$ 10 bilhões.
“Buscamos identificar, quantificar e mitigar os riscos de todas as etapas da operação. O objetivo é assegurar o início da operação e o repagamento da dívida contraída e assim estimular que outros projetos deste porte tenham um custo de financiamento menor em razão do gerenciamento dos riscos”, diz. Laudelino Soares, diretor da OCS Corretora de Seguros, do grupo Odebrecht, que trabalhou no programa de seguros e garantias da usina, cujo vencedor foi o consórcio Madeira Energia, liderado pela Odebrecht e Furnas.

– A opção, ontem, do Fed (banco central dos EUA) por um corte menor no juro, de 0,25 ponto percentual, associada a um comunicado neutro, derrubou as bolsas. O Dow Jones caiu 2,14% e a Bovespa, 1,43%. A taxa foi reduzida pela terceira vez consecutiva, a 4,25% ao ano, na tentativa de evitar uma recessão. Notícias ruins continuam surgindo. O Citi reduziu em US$ 15 bilhões investimentos de risco e o Bank of America congelou um fundo de US$ 12 bilhões. Para o Morgan Stanley, a América Latina pode enfrentar o maior desafio ao crescimento em cinco anos e uma pesquisa mostra que o PIB dos EUA pode desacelerar a 1% no quarto trimestre.

– A Vale ampliou de 13 mil para 21 mil toneladas por dia o volume de cargas a granel embarcadas, com uso de tubos flexíveis em navios. O método permite trabalho em dias de chuva no porto de Aracaju.